“Eu sou a vela que acende
Eu sou a luz que se apaga
Eu sou a beira do abismo
Eu sou o tudo e o nada…”
If, que em português tem o título “Se”, é um poema escrito em 1895 pelo escritor e prêmio Nobel Rudyard Kipling (1865-1936), e que foi publicado pela primeira vez em 1910. Kipling nasceu na Índia e criou o celebre personagem Mogli, o menino lobo, entre tantas outras obras.
O poema é uma evocação do estoicismo, tão incensado na era vitoriana como virtude nacional britânica e traço de caráter. O tempo passa e “If” continua sendo um clássico da cultura em língua inglesa.
Na Índia, uma cópia emoldurada do poema foi afixada na parede diante da mesa de estudo dos cadetes oficiais da Academia de Defesa Nacional de Pune e da Academia Naval Indiana de Ezhimala.
Na Inglaterra, a terceira e quarta linhas da segunda estrofe do poema: “Se você puder se encontrar com Triunfo e Desastre / e tratar esses dois impostores da mesma maneira”, estão escritas na parede da entrada dos jogadores na quadra central onde o Torneio de Wimbledon é realizado.
O escritor indiano Khushwant Singh considerou o poema “a essência da mensagem do Gita em inglês”. Bhagavad Gita é um dos 700 versos
escrituras hindus que fazem parte do épico Mahabharata. O Gita se passa em uma estrutura narrativa de um diálogo entre o príncipe pandava Arjuna e seu guia e cocheiro Krishna.
No início da guerra justa entre Pandavas e Kauravas, Arjuna está cheio de dilema moral e desespero com a violência e a morte que a guerra causará na batalha contra seus próprios parentes. Ele se pergunta se deve renunciar e procura o conselho de Krishna, cujas respostas e discurso constituem o Bhagavad Gita.
Krishna aconselha Arjuna a “cumprir seu dever de guerreiro e defender o Dharma” por meio de “ação altruísta”. Esses diálogos cobrem dilemas e
questões filosóficas que vão muito além da guerra que Arjuna enfrenta.
Krishna também é dito como o primeiro palestrante motivacional da história humana. Foi essa obra que o cantor brasileiro Raul Seixas homenageou na canção composta por ele e Paulo Coelho. Não consigo pensar em poema mais adequado para os tempos que vivemos.