A Polícia Civil prendeu 14 pessoas e apreendeu dez veículos – avaliados em mais de R$ 1,5 milhão –, durante a Operação Camaleão, deflagrada em Lajeado e mais oito cidades do Rio Grande do Sul, na manhã desta quinta-feira, 10. São mobilizados 80 agentes para cumprir 17 mandados de prisão. O trabalho ainda está em andamento e os números podem aumentar.
A operação tem o apoio da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) de Lajeado, que monitorou alvos considerados importantes dentro do esquema. A ação visa desmantelar uma quadrilha especializada em cooptar laranjas que tinham a função de alugar veículos em locadoras gaúchas para a clonagem de placas, vidros, chassi e motor.
Segundo as investigações, depois de clonados, os veículos eram repassados a outras quadrilhas que atuavam com delitos patrimoniais, como roubos a estabelecimentos comerciais. Um dos principais alvos da operação, preso preventivamente nesta quinta-feira, 10, enquanto dormia, foi localizado em uma residência avaliada em cerca de R$ 2,5 milhões, num condomínio de luxo, na cidade de Capão da Canoa.
Com ele foi encontrado e apreendido um veículo importado de, aproximadamente, R$ 400 mil. Outro alvo preso, preventivamente, nesta manhã, também foi localizado em um condomínio luxuoso, na cidade de Gravataí. Na casa em que estava, de aproximadamente R$ 2 milhões, foi apreendido um veículo de R$ 160 mil.
A investida, que também teve ações em Lajeado, Porto Alegre, Xangri-lá, Tramandaí, Sapucaia do Sul e São Leopoldo, combate delitos de associação criminosa armada, roubos e furtos de veículos, apropriações indébitas, estelionatos, receptações de carros roubados, adulteração de sinais identificadores, porte ilegal de armas de fogo, falsificação de documentos públicos e uso de documentos falsos.
Além disso, no decorrer das investigações, os policiais civis identificaram que a quadrilha instigava meliantes a roubarem ou furtarem veículos na Capital, e, que, pelo menos, um desses – um Fiat Argo –, após ter sido clonado, foi transportado para o Uruguai.
Em outro caso, uma camioneta Jeep Compass, ano 2020, após ter sido roubada e clonada, foi colocada à venda em uma plataforma digital por R$ 179 mil. Entretanto, alguns usuários desconfiaram do anúncio e telefonaram para o proprietário do veículo original, que afirmou jamais ter colocado seu veículo à venda em qualquer site.
Conforme as investigações, a primeira ocorrência da quadrilha que se tem registro é de março desse ano, quando um dos suspeitos foi preso em flagrante na posse de dois veículos clonados, ambos em alerta de ocorrências de roubo/furto e que estavam escondidos em uma residência em Tramandaí.