Da infância na roça à gestão de um grupo com concessionárias de motocicletas, veículos, tratores e consórcios. Essa é a história empreendedora de Luís Carlos Brenner. Ele foi o convidado desta semana do programa O Meu Negócio, apresentado por Rogério Wink.
Brenner falou de suas origens, do período em que moravam na casa do avô no bairro Olarias, em Lajeado, e do perfil empreendedor do pai Arestides Brenner. Essa inspiração é preservada e encoraja os planos de crescimento do grupo. Entre as novidades estão lojas de serviço veicular, representação de pneus e unidades de trator nas regiões de Santa Maria e Uruguaiana.
Para alcançar essa representatividade em todo o RS foram anos de trabalho, com conquistas e frustrações. A autorização para vender motos da marca Honda foi concedida depois de cinco anos de muitas tentativas. À frente dos negócios também estão a esposa de Brenner, os irmãos e filhos.
Hoje, com 55 anos da A D Brenner, o diretor fala do orgulho das decisões acertadas. Ele também comenta das estratégias para crescer e se tornar referência com a marca Valecross. Outro segmento em que se destacam é o de tratores. Para os próximos anos está projetada a expansão para o Centro e Oeste gaúcho.
ENTREVISTA | Luís Carlos Brenner – diretor do Grupo Brenner
“Começamos com venda de motos usadas, mas sempre com o sonho de ser concessionária Honda”
Rogério Wink – Quais suas origens, como foi a infância e a formação?
Luís Carlos Brenner – Cresci na propriedade do avô no bairro Olarias, em Lajeado. Naquele tempo era uma comunidade rural, circulavam carroças e se produzia grãos. Meu pai também trabalhou por um tempo na roça e depois se dedicou ao comércio. Nas horas vagas revendia produtos. Ele também buscava motos em Porto Alegre, arrumava e vendia.
Esse perfil empreendedor fez surgir em 1967 a A D Brenner. A primeira sede era em um galpão de madeira na Barra do Forqueta. Lá se vendia colheitadeiras e motor estacionário. Minha formação como técnico em contabilidade também proporcionou essa proximidade com o mundo dos negócios.
O Grupo Brenner é uma empresa familiar. Como funciona a gestão?
Brenner – É familiar, mas está tudo bem separado. Eu cuido mais do setor agrícola e das motocicletas. A esposa se dedica mais nessa área das motos. Já os meus irmãos se dividem nos segmentos de veículos e consórcio. Os nossos filhos também ajudam no negócio e temos uma equipe muito profissional à frente nas lojas.
Como surgiu a Valecross e como se tornou essa referência no mercado?
Brenner – A A D Brenner trabalha com venda de motos desde 1979 com várias marcas e sempre com pensamento de conseguir uma concessionária. A Honda tinha escritório em Porto Alegre e a cada cinco meses procurávamos eles, mas sempre se recebia a negativa.
Depois de cinco anos de tentativas, em 1983, eles nos procuraram. Naquela época a Agrale lançou a marca de motos e revendíamos seus produtos. Optamos em não aceitar no primeiro momento a proposta de assumir a Valecross. Esse negócio se confirmou apenas no ano seguinte.
Como é trabalhar com uma marca japonesa, qual o modelo de relacionamento e as características?
Brenner – O modelo não difere entre americanos ou japoneses. A Honda é uma empresa em que a qualidade é primordial. Quando lançam um produto esse já passou por muitos testes. Em nossas unidades, são feitas verificações mensais. De modo geral temos acesso muito bom com eles, tem padrões e relação transparente. A fábrica da Honda no Brasil é a maior no mundo e também é uma das que mais produz.
Quais as características dos clientes da Valecross no RS?
Brenner – Nossa primeira filial foi em Guaporé, não deu certo e transferimos a unidade para Teutônia. Depois disso abrimos loja em Santa Cruz do Sul e Venâncio Aires. Nossa expansão pelo Vale ainda contou com revenda em Encantado. Assim, aos poucos ampliamos presença com o desafio de atender a região metropolitana de Porto Alegre. Mais tarde também abrimos em Passo Fundo. Cada região tem uma característica, mas nosso processo é o mesmo, a exigência pela qualidade é a mesma.
O que não pode faltar em sua rotina?
Brenner – A primeira coisa que precisamos é ter saúde. Sou muito ativo e participo todo o dia das atividades da empresa, acompanho negócios e converso com clientes. A rotina é estar junto dos clientes e funcionários. Isso me faz cada vez mais feliz e satisfeito com as decisões acertadas.