Lajeado em alerta para evitar surto de dengue

VIGILÂNCIA

Lajeado em alerta para evitar surto de dengue

Presença de larvas e volta da sazonalidade da proliferação do mosquito obrigam reforço das estratégias para combater o transmissor da doença

Lajeado em alerta para evitar surto de dengue
Foto: Arquivo
Lajeado

Os relatórios da Vigilância Epidemiológicas de Lajeado indicam que este verão será de alto risco para contágios por dengue. Mesmo fora da época de proliferação do aedes aegypti, há pessoas infectadas e também a confirmação de focos do mosquito.

Entre novembro de 2021 até maio deste ano, o município enfrentou o pior momento da doença, com quase 4 mil pessoas contaminadas. Inclusive se tornou uma das cidades gaúchas com mais casos, o que fez com que entrasse nas áreas de atenção por parte da Secretaria Estadual de Saúde. Foram pelo menos cinco mortes devido a dengue.

Até então, Lajeado nunca havia tido um caso autóctone (transmissão interna). Para a próxima estação, há uma alta probabilidade para esses números se repetirem ou até mesmo serem superiores.

De acordo com a coordenadora epidemiológica, Juliana Demarchi, de julho até ontem, foram confirmados 18 casos da doença. Todos em bairros diferentes. “O vírus permanece circulando. A chance de um novo surto ou até uma epidemia de dengue está muito presente.”

Com essa expectativa, a Vigilância Epidemiológica ampliou o número de agentes. Hoje são 16 servidores, com atuação direta nos bairros, em visitas às residências, com atividades de orientação, análise de riscos e coleta de amostras.

Conforme a Secretaria Estadual de Saúde (SES), os casos de dengue são notificados em todos os meses do ano, com aumento durante a sazonalidade da doença, a partir da segunda quinzena de novembro.

Pelo acompanhamento do portal InfoDengue, mantido pela Fundação Getúlio Vargas e pela Fiocruz, a Região Sul do país é uma das principais áreas de atenção neste ano, tanto que o Ministério da Saúde aponta para um grande risco do país enfrentar uma epidemia de dengue.

Mais de 90% dos focos estão em casa

Em todos os bairros de Lajeado há focos do mosquito. Na tarde de ontem, o agente de endemias, Vitor Lopes da Fontoura visitava residências no bairro Alto do Parque. De acordo com ele, o período é de identificação dos locais de risco. A partir das fiscalizações, afirma que a maior presença de potenciais pontos de proliferação estão em calhas, vasos, em especial em jardins bromélias.

“Um quarto dos focos identificados estão nas proximidades das flores. A coordenadora da Vigilância, Juliana Demarchi, ressalta a importância das pessoas seguirem cuidados recorrentes. “Mais de 90% dos focos estão em casa. Os criadouros são encontrados em baldes com pequenas lâminas de água, em potes, nos ralos em áreas externas.

Tecnologia contra a dengue

Treinamento oferecido pelo Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) selecionou 23 cidades gaúchas que enfrentaram surtos no verão passado. Entre as quais está Lajeado, única do Vale do Taquari.

Destinado aos agentes de saúde, o curso aborda uma nova tecnologia de combate ao mosquito aedes aegypti. As cidades serão piloto para o uso desse método.

O diretor adjunto do Cevs, Marcelo Valandro, afirma que o RS é o primeiro estado do país a operacionalizar essa ferramenta de forma ampla. “As armadilhas vêm para se somar ao grande desafio que é o combate ao mosquito”, destaca.

Neste ano, a SES registrou 66 óbitos pela doença e 65 mil casos confirmados, número maior que a soma de todos os casos registrados no RS nos últimos sete anos.


Dengue em Lajeado em 2022

Até 25 de outubro, os dados acumulados somam:

3.990 Casos positivos

5 óbitos

4.256  casos notificados

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