O ato de brincar é considerado, por muitos, o trabalho das crianças. É a forma que elas encontram de entender, de explorar e de aprender sobre o mundo, além de interagir com outras pessoas da mesma faixa etária. É considerado fundamental e indispensável na formação da personalidade da criança.
Os benefícios cognitivos da brincadeira, a importância da interação com os pais e os riscos da exposição frequente às telas foram alguns dos pontos abordados em “Nossos Filhos”, programa multiplataforma do Grupo A Hora dessa quinta-feira, 3. O psicólogo Ezequiel Calegari da Rosa foi o convidado dessa edição.
Rosa destaca que, dentro da psicologia, o brincar é visto como uma ferramenta importante para formar a personalidade do ser humano. “No caso das crianças, é a maneira mais sadia que um pai ou uma mãe podem entender mais elas. E também é o início do processo de socialização, de interagir com outros”, salienta.
Um fator importante, segundo Rosa, é que não existe uma maneira certa ou errada em brincar. E, nisso, lembra que os pais não podem exagerar nas regras que possam limitar a criatividade. “Ele deve exercer isso livremente, pois não precisa necessariamente de brinquedos para brincar. Quando ela pega uma régua, por exemplo, e faz de conta que é um aviãozinho, é um sinal de que a imaginação está muito ativa e que ela está feliz”.
Presença dos pais
O psicólogo ressalta também a importância dos pais em estarem presentes no processo de brincar. E isso, segundo ele, não significa apenas estar no mesmo ambiente que a criança. Cita exemplos que atendeu, do que não é recomendado neste processo.
“Assim eles conseguem entender mais o filho. Seja montando um brinquedo e observando algumas coisas da personalidade dela. A interação tem que existir e não pode ser feita de qualquer forma”, alerta o profissional.
Nas consultas, Rosa, diz que a brincadeira é uma ferramenta para observar como está a formação da personalidade. “É bacana dar um brinquedo sim, mas também pegar uma garrafa pet e colocar umas pedrinhas dentro, que vai chacoalhar. Ela vai achar o máximo, e isso é bom pois estimula a audição. E colocar algo colorido junto. Por isso não é legal tirar o brincar livre, que estimula a criatividade”.
Dentro da psicologia, o brincar é algo “técnico” e a brincadeira é balizada pelo faz de conta. “O terapeuta consegue intervir através do brinquedo, onde vamos moldando comportamentos pela brincadeira. Algumas são simples, outras guiadas.; Isso nos consegue fazer entender muito de uma criança”.
Transição
Outro ponto importante, para Rosa, é na transição de brinquedos educativos para outras formas de brincar. Diz que os pais devem respeitar o tempo da criança e que é perigoso ao desenvolvimento dela queimar etapas.
“Não dá para fazer coisas de adolescente para uma criança. As vezes a ânsia deles para tentar fazê-la ler, por exemplo, prejudica. Tem que olhar para ela. Cada criança é única. Tem que observar, entender onde ela está”.
Benefícios do brincar
– Estimula o desenvolvimento cerebral
– Estimula o pensamento criativo
– Redução da ansiedade, estresse e irritabilidade
– Incentiva a independência
Habilidades adquiridas pelo brincar
– Confiança
– Autoestima
– Resiliência
– Interação
– Habilidades sociais
– Curiosidade
– Independência
– Lidar com situações desafiadoras