Falar de morte pode parecer um assunto pesado demais. Mas falar de morte é falar da vida. Parece confuso, mas vou explicar. No Dia de Finados, 2 de novembro, é comum as famílias visitarem os cemitérios, levarem flores, cantarem hinos religiosos, fazerem preces ou orações.
Para aquelas em que a saudade já é de anos, as lágrimas não são menos intensas, mas menos pesadas. Para aqueles em que essa saudade é mais recente, a história é outra.
Mas o momento é também de reflexão. Ao pensarmos naqueles que perdemos, percebemos que uma parte nossa foi com eles. Depois da tristeza, vem as lembranças. As boas. Porque as ruins não é costume guardar. Vem a vida. Aquela que acabou. Mas aquela que começa e aquela que continua. Vem a nossa, e a vida de quem está ao nosso redor.
A morte, por mais dolorosa que seja, permite que aqueles que sofrem cheguem em partes muito profundas de sentimentos e emoções. Nos faz chorar? Quase sempre. Mas quando as lágrimas secam, o sorriso pode aparecer.
A morte não é apenas passado. Ela é presente e futuro para aqueles que ficam. Seja na hora de aprender a conviver com as faltas, seja para valorizar o que ainda temos aqui.
A lembrança da morte nos dá forças para lutarmos contra uma doença e vencê-la. E nos ensina a viver sem grandes amarras ou preocupações que tiram nossa alegria a cada dia.
Melhor seria se não precisássemos passar por ela ou por suas saudades para tal. Mas, se necessário, que a gente saiba aproveitar a vida. Para que quando a morte chegue, ela não seja um peso pesado demais para aqueles que ficam terem que carregar.