Em um ano de programação, O Meu Negócio apresentou 54 histórias de sucesso de líderes empresariais da região. A iniciativa que vai ao ar pela rádio A Hora 102.9 e com transmissão simultânea pelas plataformas digitais do grupo, também tem espaço dedicado nas páginas do jornal impresso. De acordo com o apresentador, Rogério Wink, o principal objetivo é poder, de alguma forma, inspirar e fortalecer a geração de oportunidades no Vale. Na edição de segunda-feira, 31, ele entrevistou o diretor da Airton Seguros.
O empresário Airton Paulo Bernhard, natural de Sobradinho, na região Centro Serra, começou sua vida profissional no comércio da família. Aos 18 anos decidiu cursar Administração em Santa Cruz do Sul. Lá, trabalhou em escritórios de contabilidade, foi gerente de contabilidade em uma multinacional de sementes e mais tarde migrou para a área de vendas.
Esse contato mais próximo das pessoas proporcionou a primeira oportunidade na área de seguros como funcionário do banco Itaú. Nessa instituição permaneceu por quatro anos quando conheceu a região de Lajeado e Encantado. Após mudança na estratégia da instituição financeira, decidiu se qualificar na área e trabalhar por conta própria. Obteve o registro profissional de corretor de seguros em 1988, quando abriu em sociedade sua primeira corretora.
Pouco tempo depois, decidiu encerrar a sociedade, momento em que surge a Airton Corretora de Saúde. Hoje, com mais de 20 anos de tradição, a marca se consolida no Vale com foco em seguros de automóveis, mercadorias e valorização dos clientes com atendimento personalizado.
ENTREVISTA – Airton Paulo Bernhard • diretor da Airton Seguros
“Seguro não é gasto, é investimento”
Rogério Wink: Como foi a infância e qual a primeira experiência profissional?
Airton Bernhard: Meus pais, o Nelson e a Alma, eram agricultores e também tinha uma casa comercial em Sobradinho. No turno oposto ao escolar ajudava na bodega. Aprendi a somar aos seis anos e a primeira experiência foi como bodegueiro. Também fui vendedor de picolé e isso me ajudou muito, criei gosto em atender as pessoas, ter esse contato com o público.
Wink: Qual a importância da contabilidade e das vendas em sua vida?
Bernhard: É mais fácil ter o contato com as pessoas. A contabilidade ajuda a organizar a vida, mostra os caminhos como fazer, mas nem sempre a teoria se confirma na prática. Percebi que os empresários tinham muitas dificuldades, enfrentavam bons e maus momentos e que a vida de empreendedor é muito complicada.
Wink: Como é a formação na área de corretor de seguros?
Bernhard: Aprendi muito quando era funcionário da Itaú Seguros. Essa prática foi fundamental para ser aprovado no teste e me tornar corretor na área. Outra qualificação importante é a Ciências Atuariais. É para aquela pessoa que faz os cálculos das probabilidades, seja de acidentes, mortes, ou o risco de determinada apólice para definir o valor do seguro. Lembro que no início muitas contas eram feitas com papel e caneta. Hoje, com a tecnologia ficou mais prático.
Wink: Em que momento decidiu abrir sua própria corretora?
Bernhard: O primeiro estabelecimento foi em sociedade. Depois, em 1988 abri a corretora própria em um espaço na rua João Batista de Melo, no Centro, em Lajeado. Já tinha uma carteira de clientes da Itaú Seguros focada em pessoas jurídicas. Com dedicação e trabalho a equipe cresceu, hoje temos cinco funcionários, alguns com mais de 20 anos de parceria.
Wink: As companhias da área de seguros evoluíram muito nos últimos anos?
Bernhard: O mercado evoluiu e há um dado curioso, infelizmente ainda 30% do que se paga de seguro no país é fraude. Por conta disso, as seguradoras geraram critérios mais complexos. Há uma dificuldade de encontrar empresas que asseguram empreendimentos de maiores riscos. Nesse sentido, ainda é preciso evoluir mais.
Wink: Grandes companhias trabalham com sistema de resseguro?
Bernhard: Sim. Não tem como bancar grandes riscos sem fazer o resseguro. Durante o governo Collor havia um sistema nacional e depois com a abertura do mercado isso mudou bastante. Se tivesse ficado naquele formato o seguro seria muito mais caro.
Wink: Como está a relação entre vocês e os empresários. Eles têm o conhecimento da importância do seguro?
Bernhard: Ainda não entenderam a necessidade. Não é um custo, é um investimento. Se alguma coisa acontecer, ele pode não ter recursos suficientes para dar continuidade ao negócio. Hoje, o empresário deve estar consciente de fazer uma apólice de 80%. Neste ponto, perco seguros pois o empresário quer assegurar R$ 100 mil sendo o patrimônio dele de R$ 300 mil.
Wink: Houve avanços na área tecnológica?
Bernhard: As companhias possuem um capital para fazer isso. Hoje, entendo que está defasado. São feitas vistorias online, cálculos, mas é um processo demorado e ainda depende de uma conversa com gerente para liberação. Houve evolução em termos de sinistros, a oficina faz a regulação na ponta, além da agilidade em atender o cliente. No nosso caso, temos aplicativo próprio para o cliente acessar a apólice, mas conhecemos o perfil e ele ainda prefere o contato olho no olho e a versão impressa.