Reforma administrativa, menos impostos e equilíbrio fiscal

ESPECIAL ELEIÇÕES 2022

Reforma administrativa, menos impostos e equilíbrio fiscal

Líderes apontam medidas capazes de facilitar o desenvolvimento da região. Entre elas, ajustes na máquina pública para melhorar eficiência e redução da carga tributária

Reforma administrativa, menos impostos e equilíbrio fiscal
Líderes regionais defendem simplificação do ICMS e políticas para investimento em inovação no âmbito do Arranjo Produtivo Local (APL) dos Alimentos e Bebidas. Crédito: Divulgação
Vale do Taquari

Incentivos voltados à inovação, reformas administrativa e tributária, junto com responsabilidade na gestão fiscal. Esses temas são considerados imprescindíveis para o crescimento econômico da região.

Pela avaliação do vice-presidente da Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul), Renato Scheffler, tanto no governo gaúcho quanto no federal, as próximas gestões precisam enxugar a máquina pública de forma a melhorar a eficiência. Para isso, acredita que a maior prioridade será a reforma administrativa.

Segundo ele, sem esse processo, uma eventual reforma tributária, fundamental para evitar a sobrecarga de impostos no setor produtivo, perderia eficácia.

Para Scheffler, outro ponto fundamental para o crescimento do Vale do Taquari está na solução dos gargalos logísticos regionais. “Tanto na questão das nossas rodovias, quanto na utilização das ferrovias, hoje ociosas, e do Porto de Estrela.”

Ainda de acordo com o vice-presidente da Federasul, apesar do consenso em torno da relevância do agronegócio para o futuro do Brasil, hoje o foco do setor está mais voltado para a produção de grãos e bovinos em larga escala, o que não favorece a região. “Nos preocupa o alto custo para a produção de proteína animal do Vale do Taquari, devido ao preço dos grãos.”

Scheffler enfatiza o desempenho das cooperativas regionais que transformam a proteína produzida no campo em produtos de valor agregado, e que tiveram prejuízos no ano passado devido a elevação dos custos de produção, que não pode ser repassado aos produtos finais.

“Se tivéssemos uma malha ferroviária capaz de trazer esses grãos do Mato Grosso até o Vale, reduziríamos o custo de logística e, consequentemente, da produção como um todo.”

Desenvolvimento regional

Conforme a economista e vice-presidente do Conselho de Desenvolvimento (Codevat), Cintia Agostini, as possibilidades de projetos de infraestrutura formam a base para o desenvolvimento dos negócios privados. Para ela, iniciativas do Estado, seja na infraestrutura de telecomunicação, modais de transporte, energia ou na base de conhecimento da inovação, impulsionam e dão seguranças aos investimentos privados.

“Tanto o RS quanto a União devem ser eficientes e eficazes, de forma a fazer o certo e bem-feito.”
Cintia considera ainda, que tanto em nível estadual quando nacional existem pautas econômicas que influenciam no desempenho regional, entre elas as políticas monetária, fiscal e cambial.

“O atendimento da sociedade e o cumprimento das responsabilidades nas duas esferas estão diretamente relacionados a quanto os entes arrecadam e o quanto gastam.”

Para ela, a política econômica precisa olhar tanto para a produção, no sentido de estimular a atividade econômica, quanto às necessidades de consumo da sociedade, em especial da parcela mais carente. “Políticas que atendem a perspectiva da produção, investimento e a questão do consumo são capazes de gerar um círculo virtuoso tanto no Estado quanto na União.”

Segundo Cintia, o Vale do Taquari é uma região mais dinâmica e diversa na comparação com outras, mas, mesmo assim, depende do cenário econômico nacional e internacional. Por isso, reforça a importância das duas esferas nas políticas macroeconômicas, fiscais e sociais para o desenvolvimento regional. “Precisamos avançar em qualificação profissional, educação, inovação, investimento, produtividade, geração de emprego e renda, sem deixar de lado o impacto social e ambiental.”

Competitividade

O presidente da CIC-VT, Ivandro Rosa, ressalta o papel dos governos federal e estadual na ampliação da competitividade das empresas regionais. Ele defende a simplificação do ICMS e a adoção de políticas voltadas para o investimento em inovação no âmbito do Arranjo Produtivo Local (APL) Alimentos e Bebidas. “A região tem uma base forte na produção de alimentos, mas não podemos nos apegar aos modelos consagrados, pois estes precisam ser aprimorados de forma a atender as mudanças do mercado mundial.”

Na esfera federal, defende medidas como as reformas tributária e administrativa, de forma a prover mais previsibilidade à economia. Além disso, destaca a necessidade de dar sequência à políticas fundamentais durante o período da pandemia, como o Pronampe e outros programas de auxílio às empresas. “Em cada esfera temos algumas lutas para tornar o Vale mais forte, independente de quem ganhar.”

AÇÕES ESPERADAS

Esfera nacional

  • Reforma tributária
  • Reforma administrativa
  • Responsabilidade fiscal
  • Políticas de estímulo ao setor privado
  • Investimento em infraestrutura logística
  • Atenção às necessidades de consumo da população carente

Esfera estadual

aSimplificação do ICMS
aIncentivo à inovação
aIncentivo ao APL Alimentos e Bebidas.

Acompanhe
nossas
redes sociais