Falar que o Vale do Taquari despertou para o turismo não é mais novidade. Há pelo menos dois anos, a região desfruta de uma condição nunca antes alcançada. Empreendimentos como o Cristo Protetor e o Trem dos Vales a colocam em posição de destaque no RS. O desafio agora é consolidá-la como um destino permanente, além de diversificar atrativos.
Qualificar a infraestrutura está entre as ações que se esperam dos novos governantes, tanto na esfera federal quanto na estadual. Acessos e estradas, por exemplo, necessitam de investimentos para que o turista se desloque com segurança até o empreendimento. Gestores também reivindicam estratégias de divulgação dos produtos e roteiros.
Independente de quem esteja no poder a partir de 2023, o presidente da Associação dos Municípios para o Turismo da Região dos Vales (Amturvales), Leandro Arenhart, entende que, acima de tudo, o setor seja tratado como um propulsor do desenvolvimento econômico não só da região.
“Esperamos que, no Estado, se mantenha a Secretaria de Turismo, com a disponibilização de mais recursos para se investir no setor. O Vale, obviamente, quer se colocar como destino de turistas e se tornar uma das regiões mais visitadas, conectando com regiões consolidadas, como a Serra Gaúcha e as Hortênsias”, destaca.
Produtos fortalecidos
Segundo Arenhart, a atenção com a infraestrutura e qualificação profissional deve ser redobrada, visto que são dois gargalos que a região enfrenta. “Nós precisamos de mais recursos à parte da logística, nos acessos e na sinalização. Também dar andamento nas qualificações, do bem receber, para tornar o Vale um destino forte e consolidado”.
Na parte da mão de obra, Arenhart comenta que o setor já enfrenta um “apagão”, com a falta de profissionais qualificados. Por isso, em conjunto com o Sebrae e Univates, busca formas de minimizar as dificuldades. “Precisamos dar atenção a todos os municípios. Não tem um melhor ou um inferior, todos tem o mesmo valor, e cada um conta com uma experiência diferente ao turista”.
Já o analista de articulação de projetos do Sebrae, Diego Zenkner, entende que o poder público tem um papel importante no desenvolvimento do turismo, em dar o suporte necessário para que o setor privado se desenvolva. “Quem faz o turismo acontecer é o setor privado. É um negócio e precisa ser rentável para se sustentar, além de geração de empregos e impostos”, enfatiza.
Parceria
Coordenador do Trem dos Vales, Rafael Fontana, destaca que os atrativos de maior sucesso possibilitaram a criação de novos empreendimentos focados na prestação de serviços. “Mais do que nunca, o turismo é realidade. E, como tantas coisas no Vale, é diversidade. Em cada segmento, soma e contribui, de forma econômica e social”, ressalta.
Para ele, os próximos governantes devem ser parceiros de iniciativas da região, com ações específicas para promover qualificação profissional, por meio de cursos e oficinas de especialização. Cita também a questão de infraestrutura de qualidade, um anseio dos municípios.
“Esperamos um maior investimento em sinalização e a adesão à agenda de trabalho das lideranças que trabalham pela articulação em favor da causa turística. Da mesma forma, esperamos que sejam impulsionadas ações de divulgação, com o objetivo de tornar ainda mais conhecidos os atrativos locais, que por consequência impactam no desenvolvimento e na própria arrecadação”, pontua.
AÇÕES ESPERADAS
- Construir, juntamente com a governança regional (Amturvales) e setor privado, a estratégia de atuação turística da regiã
- Criar mecanismos de inteligência do setor, uma espécie de observatório turístico (isso a nível estadual) para subsidiar a criação do planejamento estratégico e fazer o monitoramento do setor.
- Auxiliar em ações de promoção do turismo regional (feiras, rodadas de negócio, road show’s nacionais e internacionais).
- Melhorar a infraestrutura de acesso aos empreendimentos e sinalização turística.