Domingo para decidir o futuro em dois votos

RETORNO ÀS URNAS

Domingo para decidir o futuro em dois votos

Garantir a celeridade do processo eleitoral e diminuir a abstenção no segundo turno estão entre os desafios do segundo turno do pleito. Na região, mais de 290 mil eleitores estão aptos a votar

Domingo para decidir o futuro em dois votos
Período para definição das candidaturas vai até o dia 5 de agosto. Depois, partidos devem efetuar o registro junto à Justiça Eleitoral até 15 de agosto, enquanto a campanha inicia no dia 16 (Foto: arquivo A Hora)
Brasil

Dois dígitos para governador. Mais dois dígitos para presidente. Esta é a quantidade de números que 292,1 mil eleitores no Vale do Taquari irão digitar nas urnas antes de apertar a tecla “confirma”. O segundo turno das eleições de 2022 se desenha como um dos mais importantes, acirrados e tensos dos últimos tempos. Tanto na disputa nacional quanto na corrida ao Palácio Piratini.

Em toda a região, serão 495 locais de votação espalhados pelos 38 municípios, com 1.013 seções e quase 1,1 mil urnas eletrônicas. Quase 4 mil mesários foram convocados pela Justiça Eleitoral para trabalhar no segundo turno.

O desafio para este domingo, 30, é garantir a celeridade do processo e o bom andamento na votação. O primeiro turno foi marcado por extensas filas e demora no reconhecimento biométrico do eleitor. Para essa nova etapa os cartórios eleitorais reforçaram as orientações aos mesários a fim de agilizar esse processo.

Conforme a chefe do Cartório Eleitoral de Lajeado, Maria Betania Rohde, estão mantidas as quatro tentativas da biometria. “Conversamos com os presidentes de seções sobre como posicionar o dedo do eleitor no dispositivo eletrônico e reduzir as chances de erro nesse processo.”

Outro fator que deve contribuir no tempo de votação é a quantidade de cargos. “Agora o eleitor escolhe governador e presidente. No primeiro turno eram muitos números e isso também gerava demora por parte do eleitor”, observa.

Em relação aos locais de votação, destaca não haver alteração. No primeiro turno apenas uma mudança foi necessária. A seção eleitoral do bairro Morro 25 precisou ser transferida da associação comunitária para a Capela Imaculado Coração de Maria. Esse também é o local confirmado para o pleito de domingo.

Integração das forças de segurança

Brigada Militar, Polícia Civil, Susepe e Departamento de Trânsito de Lajeado mantêm a estratégia de integração para domingo. Cada instituição monitora o cenário de sua sede e se necessário serão unificadas equipes. O balanço do primeiro turno indicou sucesso no trabalho integrado.

Agora, além de garantir a segurança durante o horário de votação, o desafio é assegurar que eventuais manifestações sobre os resultados ocorram de forma pacífica. “Nossa expectativa é que apesar do cenário de polarização seja um domingo sem excepcionalidades. Vamos dedicar nossos esforços para que todos possam exercer o direito à democracia”, enfatiza Renner.

 

Denúncias e crime eleitoral

Além do trabalho preventivo das instituições de segurança, uma das formas para denunciar crimes eleitorais é o aplicativo Pardal. De acordo com a juíza da 29ª Zona Eleitoral, Carmen Luiza Constante, no primeiro, uma das situações informadas por meio da ferramenta estava relacionada ao derramamento de “santinhos” no bairro São Cristóvão.

“São várias as situações que caracterizam crime, entre elas impedir alguém de votar. Dessa forma é importante alertar sobre as consequências desses atos, entre elas a prisão”, destacou a juíza em entrevista na Rádio A Hora. Pelos dados do Cartório Eleitoral de Lajeado, até 2 de outubro cerca de 60 denúncias de propaganda irregular foram encaminhadas. Na maioria, situações pontuais resolvidas em menos de 48 horas.

Análises dos líderes

Na disputa presidencial, o foco dos líderes dos partidos envolvidos têm sido bater de porta em porta para aumentar a votação dos candidatos ao Planalto. No primeiro turno, Jair Bolsonaro (PL) venceu com boa margem de votos sobre Lula (PT), com mais de 20% de diferença.
Um dos coordenadores regionais do PL no Vale, Felipe Diehl acredita que será possível reverter votos de eleitores que votaram nulo e branco, bem como convencer àqueles que não foram às urnas no primeiro turno. “Esse tem sido o nosso foco. A campanha do primeiro turno foi muito focada em carreatas e bandeiraços. Agora, reforçamos o corpo a corpo”, salienta.
Diehl acredita ser possível inclusive reverter votos que foram ao adversário no dia 2 de outubro. “Vamos atrás até aquele que votou em Lula, mas não necessariamente é petista. E buscamos mostrar o que o Bolsonaro fez pelo Vale e desmentir informações falsas, pois muitas pessoas só tem acesso a um órgão de imprensa e não às redes sociais”.

Já o coordenador regional do PT, Jones Fiegenbaum avalia que a caminhada na campanha foi positiva e também ressalta a importância de conversar diretamente com as pessoas. “Nós demos suporte para todos os municípios da região, fornecendo material. E percebemos uma retomada da militância do PT, em ir nas casas, na porta da fábrica, explicar a importância dessa eleição”, afirma.

Como meta para o segundo turno, Fiegenbaum entende que Lula pode melhorar o desempenho no Vale. No primeiro turno, venceu em três cidades. “Temos a perspectiva de aumentar a votação nesses municípios e nas cidades onde tivemos porcentagem menor. Em Lajeado, por exemplo, reforçamos a atuação nos bairros, tanto naqueles em que vencemos quanto nos demais”.

Cenário aberto

Na corrida ao Piratini, após um primeiro turno de surpresas e emoções, o cenário está aberto para o segundo turno. Onyx Lorenzoni (PL) foi o mais votado, com quase 38% dos votos, enquanto Eduardo Leite (PSDB) somou 26%.

A coordenação da campanha de Onyx está otimista. O deputado federal reeleito e vice-presidente do PL, Giovani Cherini, destaca o alinhamento com Jair Bolsonaro como trunfo para vencer no segundo turno. “Nesses últimos dias, nossa caminhada se fortaleceu. Tem tradição no RS que não será quebrada”, afirma, ao se referir que nunca um governador se reelegeu no RS.

Cherini também acredita que Onyx tenha cativado eleitores dos demais partidos que concorreram no primeiro turno por conta da mobilização em todo o estado. “As estruturas dos candidatos para deputados foram mantidas e isso permitiu a aproximação com a comunidade”.

Já o deputado federal Daniel Trzeciak (PSDB), também reeleito, entende que o segundo turno mostrou ao eleitor a diferença entre os dois candidatos. “A prova é que muitos prefeitos, vereadores e líderes de partidos estão apoiando o Eduardo em função de tudo o que ele fez ao RS. A gestão que pensou nos municípios e nos cidadãos. É o mais preparado e tem conteúdo”, avalia.

Próximo do ex-governador, Trzeciak acredita ser possível reverter o cenário e virar a disputa ao Piratini. “O eleitor tem a consciência de quem conhece e quem não conhece o Estado. Nós falamos de projetos e o Eduardo mostrou que tem um projeto, não apenas narrativas”.


 

 

 

 

 

 

 

Acompanhe
nossas
redes sociais