A vida e o trabalho continuam depois das eleições

Opinião

Fernando Weiss

Fernando Weiss

Diretor editorial e de produtos

Coluna aborda política e cotidiano sob um olhar crítico e abrangente

A vida e o trabalho continuam depois das eleições

Ufa. Chegou o dia das eleições. Ainda bem. Já não aguentamos mais essa agenda de ataques e contra-ataques. De tapas e farpas. Essa enxurrada de fake news de todos os lados que invadem nossas telas e bagunçam nossa mente sobre o que é certo ou errado, verdade ou mentira. Essa eleição, aliás, já tem protagonistas: os coordenadores da inteligência artificial das campanhas, que pela sua criatividade, maldade e oportunismo, promoveram uma tempestade de factóides, que de tão bem feitas, viraram pseudo-verdades. Um show de horrores.

As pesquisas deixam os candidatos e os militantes com “as calças na mão”. Apostar em A ou B, seja no estado ou no país, é como mirar no escuro. Tudo pode acontecer e todos podem ganhar, para o bem ou para o mal. Esse é o ingrediente mais emocionante, mas também o mais tenso desta eleição.

De certeza, apenas uma. Segunda-feira – para muitos na quinta-feira em função do feriadão – todos teremos de trabalhar. Trabalhar para nos sustentar e ajudar a sustentar o Estado e todos os seus penduricalhos e apêndices. Com Bolsonaro ou Lula, Onyx ou Leite, trabalhar, planejar e inovar será o antídoto para eventual desgosto com o resultado nas urnas.

Não adiantará esmorecer. Imediato abatimento ou inconformidade há de ser substituído, com rapidez e astúcia, por uma agenda propositiva e apartada dos devaneios que virão dos próximos governantes, sejam eles quem for. Afinal, acreditar no que prometeram na campanha é sempre um risco. Ainda mais, porque brigaram mais do que prometeram.

Eventual retomada do PT reaviva o pesadelo do mensalão, do petrolão e toda a relativização da corrupção. Também, retoma a idéia do Estado forte e mais assistencialista. A eventual manutenção do Bolsonarismo fortalece a truculência e a rispidez de um governo que não soube trabalhar a convergência e a pacificação e alimentou a polarização contemporânea. Também, mantém a ideia do Estado mínimo chocando-se ao sistema fisiológico enraizado há décadas. Ou seja, são dois modelos realmente bem diferentes.

E é em meio a esta diferença abismal de projetos de Estado que parte nossa escolha. É o que temos. E, feita nossa escolha, que possamos ter resiliência e maturidade para reconhecer vencedores e vencidos.


Crédito: Caco Marin/Divulgação

Valdirinho, a TOP 100 e o diploma de 40 anos atrás

Valdir Ferehen foi responsável pela maior transação empresarial na história do Vale do Taquari. Ele vendeu parte da empresa Faros, que nasceu do acaso em 1981, por expressivos R$ 2,8 bilhões, para uma empresa americana. Ele foi eleito personalidade TOP 100 em Empreendedorismo, cuja solenidade de entrega da premiação foi na sexta-feira, dia 21. Ao lado dele, outras quatro personalidades (Wilson Dewes – Espírito Comunitário, Rafael Fontana – Articulação Regional, Paulo Kohlrausch – Gestão Pública e Mauro Santos – Inovação) foram reconhecidas.

Peço licença aos outros quatro homenageados para sublinhar uma fala de Valdirinho, que marca pela simbologia e se confunde com a história de muitos empreendedores do nosso Vale: quando jovem, quase guri, Valdirinho fez um curso de torneiro mecânico, numa escola técnica na Saidan. A formatura foi no Clube Sete de Setembro. E quem não estava em dia com a mensalidade não ganharia o diploma.

Abre aspas para o Valdirinho: “Eu sabia que meu pai estava atrasado com a mensalidade, mas eu pensei que se eu fosse lá, eles me entregariam o diploma. Sentei no corredor e fiquei esperando até o fim, junto com meus pais. E não ganhei meu diploma. Isso me marcou muito. Então, na sexta-feira, quando saí de casa eu pensei: afinal, o que representa este prêmio Top 100 para mim? E concluí que eu estava recebendo o diploma que não ganhei há mais de 40 anos atrás”. Simples, mas profundo. Bom fim de semana a todos.

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