O turismo está se tornando uma atividade marcante em nossa sociedade. Um fenômeno econômico, político, social e cultural dos mais significativos, que se consolida como nova engrenagem de desenvolvimento para o Vale do Taquari. Ele tem representado nas últimas décadas como uma das mais promissoras atividades econômicas mundiais, geradora de postos de trabalho e de divisas. O turismo gera atividades indiretas que atingem os mais variados setores da economia, desde a indústria até a agricultura, porém está classificada no setor de serviços.
Mas e os números? Esta semana fui indagado por um possível investidor, sobre o incremento que o turismo está gerando na região. Quantos leitos de hotel precisamos? Quantos lugares nos restaurantes? Quantas vagas de estacionamento? Qual mão de obra?
Numa indústria tradicional, vemos claramente a quantidade de pessoas trabalhando dentro de uma fábrica. A quantidade de operários para construir um prédio. Quantos profissionais trabalham em um hospital. Tudo muito fácil de mensurar e controlar. Mas no turismo? A informalidade ainda é grande. Os empregos indiretos ainda são maioria. Propriedades rurais ainda tem no turismo a segunda renda. Quantos artesãos temos?
Já dizia meu professor: “O que não se pode medir, não se pode gerenciar”. E como medir estes números num setor tão orgânico e tão volátil quanto o turismo. Quantos cozinheiros, garçons, condutores, motoristas, eletricistas, jardineiros e demais profissionais já trabalham com turismo e não são contabilizados? Onde realmente está nosso desafio?
Como mostrar para gestores, empresários, estudantes e para toda população a importância que o turismo tem? Você já percebeu que quando uma grande feira é encerrada, já no mesmo dia, são apresentados os números finais? Tantos milhões em negócios fechados durante a feira X! E no turismo, quantos milhões são fechados todos e todos os finais de semana?
Como em qualquer negócio, precisamos conhecer os nossos números, ou estaremos fadados ao fracasso. Porém, ainda temos uma caixa preta a ser desvendada. Compartilhar estas informações ainda parece algo proibido. Mas afirmo, isso é mais do que necessário. Precisamos conhecer nossa realidade. Como iremos atrair novos investimentos sem conhecer a nossa realidade. Já passou da hora de termos um Observatório de Turismo da região, congregando empreendedores, universidades e prefeituras. Precisamos nos conhecer para poder planejar nosso futuro. Já estamos atrasados!
Rapidinhas:
– Encantado foi selecionada para habilitar-se como Destino Turístico Inteligente. Baita vitrine e toda região sai ganhando com isso
– O Vale lançará em breve o maior programa de qualificação do RS: Trabalho, Emprego e Renda. Um programa piloto que promete ser referência no Brasil.
– Em tempos de polarização e extremismos, quem se mantém sóbrio, muitas vezes é taxado de louco.