O comentário em vídeo da primeira-dama de Lajeado, Aline Scapini Caumo, em uma rede social ganhou proporção nacional. Ela abordou a polêmica sobre agressões racistas ao cantor Seu Jorge.
“Será que nenhum branco que estava na plateia não ficou incomodado com a história dele dizer que ficou surpreso que não tinha nenhum negro? Pra que fazer segregação?”, disse em parte do material.
Na sequência, afirma: “Não interessa se é negro, branco, azul ou vermelho. Parem com isso, chega! Se querem criar pessoas melhores no mundo, comecem a ser melhores. Meu Deus, muito ‘nhe nhe nhe’, muito mimimi. O que passou, passou. A história está aí, não tem como reverter. Mas tem como fazer o futuro.”
O vídeo tem pouco mais de 30 segundos e foi propagado, principalmente, após a edição e repostagem feita pelo influenciador Antonio Isuperio. Ao longo do dia, teve milhares de visualizações. Assista aqui.
Desculpas
Diante da repercussão negativa, a primeira-dama, que tem quase dez mil seguidores na rede social, tornou a conta privada. Algumas horas depois, publicou uma retratação. Confira abaixo:
“Sei que não dominamos a opinião das pessoas e cada um tem o direito de ver e entender o mundo da forma que quer, pode ou consegue. Caberia a mim ter sido mais clara, mas em momento algum apoiei qualquer ato racista ou coisa do tipo. Em razão disso, deixo aqui meus sinceros pedidos de desculpas a qualquer pessoa que eu possa ter ofendido sem querer”, argumentou. Procurada pela reportagem do Grupo A Hora, Aline preferiu não fazer novos comentários.
Racismo em Porto Alegre
Na sexta-feira passada, 14, o cantor Seu Jorge foi alvo de ataques racistas durante apresentação no Grêmio Náutico União, em Porto Alegre. O artista foi contratado para o show de reinauguração do salão do clube e a situação ocorreu enquanto ele e a banda se preparavam para o “bis”.
Internautas presentes no evento relataram que imitações de sons de macaco e palavras como “vagabundo” e “safado” iniciaram depois que um jovem negro foi convidado pelo cantor para tocar no palco. Em vídeo publicado na segunda-feira, 17, Seu Jorge classificou o episódio como “ódio gratuito e grosseria racista” e afirmou “não reconhecer a cidade que aprendeu a amar e respeitar”. A Polícia Civil investiga o caso.