As estratégias das campanhas de Bolsonaro e Lula pela região

ELEIÇÕES 2022

As estratégias das campanhas de Bolsonaro e Lula pela região

PL quer confirmar apoio do empresariado e de autoridades políticas, enquanto PT tenta reduzir aversão por meio do contato direto com os eleitores

As estratégias das campanhas de Bolsonaro e Lula pela região
Para vencer no segundo turno, PT acredita em mais 1,8 milhão de votos. Para o PL, Bolsonaro deve virar a eleição com mais 8 milhões de votos. Créditos: Divulgação
Vale do Taquari

Os diretórios dos partidos na região partem de análises distintas sobre os números do primeiro turno. Para a liderança do PL, a preferência local em Bolsonaro tem relação com o perfil da comunidade, de uma localidade produtiva e mais conservadora.

Pelo lado do PT, acredita-se que houve um aumento na votação de Lula na comparação com o candidato de 2018, Fernando Haddad. Muito pela popularidade do ex-presidente e também pela perda de força do movimento de antipetismo.

Na campanha nacional, parte-se do cálculo de que o ex-presidente Lula precisa de mais 1,8 milhão de votos. Número necessário para atingir a marca de 51% do total de votos. Já a equipe de Bolsonaro espera uma escalada de oito milhões de votos e assim ultrapassar o petista e conseguir a reeleição.

Em termos regionais, dos 38 municípios do Vale, Bolsonaro venceu em 35. Foram mais de 137 mil votos, o que resulta em 56,4% do eleitorado. Já Lula fez cerca de 78,5 mil votos na região, representa 32,1%.

No primeiro turno, a região contabilizou 244.845 votos válidos para presidência da República. Os oito candidatos que também tiveram votos, fizeram contabilizam 18.981. Brancos e nulos foram 9.058. Significa que há 28.039 votos em disputa.

“A onda do antipetismo está diminuindo”

Coordenador do PT no Vale, Jones Fiegenbaum (foto) avalia o desempenho de Lula na região como esperado. “Trabalhamos para melhorar o resultado em relação há quatro anos. No geral, houve uma crescente no total de votos.”

Muito disso, avalia, passa pelo nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Ele tem mais popularidade. Ainda assim, sabíamos que a região tem mais ligação com o candidato Bolsonaro.” Entre os 38 municípios, o nome do PT ganhou em três. Em 2018, apenas Canudos do Vale teve maioria de votos ao Partido dos Trabalhadores. Agora Sério e Progresso se somaram a Canudos. “A onda do antipetismo está diminuindo.”

Para Fiegenbaum, nas eleições gerais de 2018, o país enfrentava uma crise institucional. Como resultado, o PT se tornou alvo. “Aquele foi um dos piores momentos que o partido já enfrentou.” A estratégia local é buscar o contato direto com as pessoas. “Olhamos os bairros com mais predisposição a votar no PT. Esses eleitores podem multiplicar votos.”

Na quinta-feira, a campanha de Lula na região promove uma reunião suprapartidária no Legislativo de Lajeado. O encontro ocorre às 19h. Conforme Fiegenbaum, foram convidados integrantes do PDT, PSB, MDB e PSDB. “Não sabemos como vai ser a adesão. Mas vamos nos posicionar e buscar aliados.”

“Quem trabalha vota Bolsonaro”

Coordenador da campanha pelo PL na região, Felipe Diehl (foto) frisa a estratégia de manter comitês abertos para o contato com os eleitores. “Temos

pontos de mobilização em vários municípios. O movimento em busca de material é intenso.”

Nesta estratégia, aumentar a votação parte do convencimento do indeciso e de quem se absteve. “Também não descartamos o eleitor que votou em Lula por falta de conhecimento. Estamos atentos a isso, pois houve durante quatro anos um noticiário dos grandes veículos de ataque sistemático ao presidente.”

Além desse trabalho de base, Diehl afirma: “o empresariado está conosco. Já estavam no primeiro turno e agora ainda mais. De fato, sabemos que estão preocupados com o que pode acontecer se a esquerda ganhar.”

Junto com isso, ressalta o apoio político. De acordo com Diehl, candidatos que apoiaram Luis Carlos Heinze (PP) e Roberto Argenta (PSC) na corrida ao Piratini, manifestaram posição em defesa de Bolsonaro no segundo turno. Na região, ainda afirma haver mais mobilização da classe política, de prefeitos e vereadores. “Esse segundo turno fez com que alguns acordassem.”

Sobre a vantagem na região, Diehl acredita que Bolsonaro está mais próximo das características locais. “O Vale é uma região produtiva. Quem trabalha vota Bolsonaro.”


Desempenho dos candidatos à presidência

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