Publicada em maio deste ano, a reportagem “Luta contra a pólio: mais de 400 crianças não foram vacinadas no Vale” foi a vencedora do Prêmio “ADI/Excelência Editorial 2022”, promovido pela Associação dos Diários do Interior do Rio Grande do Sul (ADI-RS). A entrega das premiações ocorre neste sábado, 8, durante o 24º Congresso dos Diários do Sul do Brasil, em Canela.
A matéria, assinada por Bibiana Faleiro e Raica Franz Weiss narra, em duas páginas, os riscos da baixa cobertura vacinal no país. Também conecta com a realidade do Vale do Taquari, ao trazer dados dos municípios locais e conta histórias de pessoas que tiveram a paralisia infantil e lidam com as sequelas da doença até hoje.
As duas se aprofundaram na temática e trouxeram relatos e resgates históricos sobre a doença na região. “Apesar de atingir crianças, a paralisia traz sequelas para a vida toda, e por isso a importância do tema. Com a baixa da vacinação, o alerta se tornou ainda mais importante e, com dados regionais, mostra o panorama em que estamos”, destaca Bibiana.
Já Raica ressalta que a reportagem, de forma sensível e completa, busca também sensibilizar o leitor para o tema, em especial com fotos, tabelas de dados e textos e uma linha do tempo histórica. “Também houve divulgação nas redes sociais e, com o relato de uma figura conhecida da comunidade lajeadense, teve boa repercussão”, pontua.
Conscientização popular
Diretor de conteúdo editorial do A Hora, Rodrigo Martini valoriza o papel da imprensa ao destacar a conquista do prêmio por parte do grupo, pois somente um registro simples da campanha de vacinação não seria suficiente para retratar a gravidade da doença.
“A imprensa tem um papel preponderante na conscientização popular. Buscamos exemplos de pessoas que verdadeiramente sentiram na pele as dores e os traumas eternos da doença. Com a humanização dos fatos, e a publicação dos testemunhos reais, a reportagem tende a conscientizar de forma ainda mais ampla os pais e responsáveis, salienta.
Saúde pública
O editor-chefe da Central de Jornalismo do A Hora, Alexandre Miorim, enaltece a narrativa utilizada, que equilibra a seriedade que o tema exige, bem como a sensibilidade no que diz respeito ao drama causado pela doença. Também afirma que o prêmio, além do mérito das autoras, é resultado do trabalho coletivo da redação.
“Enquanto imprensa atuante e comprometida com a comunidade, temos a responsabilidade de dar luz sobre assuntos dessa gravidade, e que precisam de atenção. A matéria segue a cartilha de reportagem especial, com dados, retrospecto, perspectivas, análise de especialistas e o depoimento das pessoas que carregam as sequelas da pólio”, frisa.
Trajetórias
Bibiana está na segunda passagem pelo A Hora. Iniciou como estagiária, em 2018. No fim de 2019, embarcou para a Europa, onde fez intercâmbio de seis meses em Portugal. Retornou ao grupo em fevereiro de 2021. É uma das responsáveis pela produção do Caderno Você, onde assina uma coluna quinzenal. Formou-se neste ano em Jornalismo, pela Unisinos.
Raica ingressou no A Hora em 2017, no setor de eventos. Em 2021, começou a estagiar no antigo Estúdio A (hoje Alfa), na parte de marketing e planejamento. Em abril deste ano, começou a trabalhar na redação do jornal. Desde julho, assina uma coluna diária sobre os fatos históricos da região. Está no segundo semestre de Jornalismo pela Univates.