Pensar Eleições 2026. Desperta, Vale do Taquari

Opinião

Fernando Weiss

Fernando Weiss

Diretor editorial e de produtos

Coluna aborda política e cotidiano sob um olhar crítico e abrangente

Pensar Eleições 2026. Desperta, Vale do Taquari

O luto já passou. A lamentação ainda não. A expectativa para o Vale do Taquari eleger um deputado na eleição de domingo era tão grande que a frustração foi em dose dupla. Vida que segue e bola pra frente. Mas, tiremos as lições necessárias.

O número de votos dados aos candidatos a deputado estadual da região foi maior do que na eleição passada. Isso mostra um avanço, ainda que seja insuficiente. Mostra também a necessidade de continuar a mobilização para implantarmos a cultura de que ter representantes do Vale na Assembleia e no Congresso nos deixa maiores e mais fortes.

Maneco Hassen (PT) não entrou por detalhes. Fez mais votos (34.532) do que ele mesmo projetava – 32 mil –, mas faltou combinar com os demais candidatos do PT, que fizeram bem mais do que a sigla estimava.  Por falar em PT, vem dele a grande lição para o Vale do Taquari. O mesmo partido que em outros anos colocou mais de um candidato aqui do Vale, fechou questão com Maneco em 2022 e conquistou uma votação histórica.

“O PP errou na estratégia. É preciso reconhecer”. A frase é da segunda candidata a deputada estadual mais votada da região, Gláucia Schumacher. Seu partido colocou três concorrentes. E o resultado? Óbvio, nenhum se elegeu. Tivesse fechado questão, tal qual fez o PT, as possibilidades eram muito maiores. A mesma coisa serve para o MDB. Márcia Scherer não teve apoio de líderes importantes do partido, inclusive de vereadores lajeadenses, que optaram por candidatos paraquedistas em vez de apostar as fichas na delegada.

Enfim, nossas queixas e críticas se renovam após mais uma frustração. Não podemos culpar o eleitor. Enquanto nossos partidos e candidatos não se conscientizarem de que a estratégia coletiva precisa ser maior do que a individual, não podemos esperar outra resposta do eleitor.

Uma coisa é certa. O Grupo A Hora segue empenhado, desde a segunda-feira passada, até o dia 4 de outubro de 2026, para mudar esta triste realidade. O Vale e outros três, dos 28 Coredes do estado, não elegeram deputados locais. Convenhamos, isso não combina com o tamanho do desenvolvimento, da transformação e com tudo que representa o Vale do Taquari para o Rio Grande do Sul.

Diferente de outras siglas, o PT regional acertou ao apostar tudo em Maneco, que quase entrou na Assembleia. Crédito: Jhon Willian Tedeschi


Pesquisas, as mais derrotadas

Ninguém perdeu mais do que os institutos de pesquisas, em termos de credibilidade, neste primeiro turno das eleições. Os erros grosseiros nos forçam a duvidar da idoneidade e da influência ideológica daqueles que conduziram as pesquisas em âmbito nacional e estadual. Errar dentro da margem de erro, um pouco mais ou pouco menos, tudo bem. Agora, quando o erro passa de 10%, como é o caso do Datafolha e do Ipec na corrida presidencial, a seriedade e imparcialidade são postos à prova.

O diretor do Instituto Methodus, José Sauer, contratado pelo Grupo A Hora há três eleições, falou à Radio A Hora 102.9, na segunda-feira pós eleições. Disse que o método adotado pelos institutos é o mesmo, o que muda é o perfil populacional e a amostragem utilizada para aplicar a pesquisa. “Na quinta-feira eu já apontava, nas pesquisas encomendadas por partidos aqui do estado mas não publicadas pela grande imprensa, que o provável segundo turno seria sem Eduardo Leite.

Estava nítido o crescimento de Edegar Pretto e a desidratação do tucano. Os institutos que fizeram a pesquisa não perceberam porque fizeram leituras equivocadas ou por influência ideológica, seja no RS ou no Brasil”, pontuou Sauer, durante entrevista ao programa Frente e Verso. Diante disso, as conclusões são livres.

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