O luto já passou. A lamentação ainda não. A expectativa para o Vale do Taquari eleger um deputado na eleição de domingo era tão grande que a frustração foi em dose dupla. Vida que segue e bola pra frente. Mas, tiremos as lições necessárias.
O número de votos dados aos candidatos a deputado estadual da região foi maior do que na eleição passada. Isso mostra um avanço, ainda que seja insuficiente. Mostra também a necessidade de continuar a mobilização para implantarmos a cultura de que ter representantes do Vale na Assembleia e no Congresso nos deixa maiores e mais fortes.
Maneco Hassen (PT) não entrou por detalhes. Fez mais votos (34.532) do que ele mesmo projetava – 32 mil –, mas faltou combinar com os demais candidatos do PT, que fizeram bem mais do que a sigla estimava. Por falar em PT, vem dele a grande lição para o Vale do Taquari. O mesmo partido que em outros anos colocou mais de um candidato aqui do Vale, fechou questão com Maneco em 2022 e conquistou uma votação histórica.
“O PP errou na estratégia. É preciso reconhecer”. A frase é da segunda candidata a deputada estadual mais votada da região, Gláucia Schumacher. Seu partido colocou três concorrentes. E o resultado? Óbvio, nenhum se elegeu. Tivesse fechado questão, tal qual fez o PT, as possibilidades eram muito maiores. A mesma coisa serve para o MDB. Márcia Scherer não teve apoio de líderes importantes do partido, inclusive de vereadores lajeadenses, que optaram por candidatos paraquedistas em vez de apostar as fichas na delegada.
Enfim, nossas queixas e críticas se renovam após mais uma frustração. Não podemos culpar o eleitor. Enquanto nossos partidos e candidatos não se conscientizarem de que a estratégia coletiva precisa ser maior do que a individual, não podemos esperar outra resposta do eleitor.
Uma coisa é certa. O Grupo A Hora segue empenhado, desde a segunda-feira passada, até o dia 4 de outubro de 2026, para mudar esta triste realidade. O Vale e outros três, dos 28 Coredes do estado, não elegeram deputados locais. Convenhamos, isso não combina com o tamanho do desenvolvimento, da transformação e com tudo que representa o Vale do Taquari para o Rio Grande do Sul.
Pesquisas, as mais derrotadas
Ninguém perdeu mais do que os institutos de pesquisas, em termos de credibilidade, neste primeiro turno das eleições. Os erros grosseiros nos forçam a duvidar da idoneidade e da influência ideológica daqueles que conduziram as pesquisas em âmbito nacional e estadual. Errar dentro da margem de erro, um pouco mais ou pouco menos, tudo bem. Agora, quando o erro passa de 10%, como é o caso do Datafolha e do Ipec na corrida presidencial, a seriedade e imparcialidade são postos à prova.
O diretor do Instituto Methodus, José Sauer, contratado pelo Grupo A Hora há três eleições, falou à Radio A Hora 102.9, na segunda-feira pós eleições. Disse que o método adotado pelos institutos é o mesmo, o que muda é o perfil populacional e a amostragem utilizada para aplicar a pesquisa. “Na quinta-feira eu já apontava, nas pesquisas encomendadas por partidos aqui do estado mas não publicadas pela grande imprensa, que o provável segundo turno seria sem Eduardo Leite.
Estava nítido o crescimento de Edegar Pretto e a desidratação do tucano. Os institutos que fizeram a pesquisa não perceberam porque fizeram leituras equivocadas ou por influência ideológica, seja no RS ou no Brasil”, pontuou Sauer, durante entrevista ao programa Frente e Verso. Diante disso, as conclusões são livres.