Pouco mais de 290 mil eleitores em toda a região vão às urnas neste domingo, 2, para o exercício da cidadania, em um momento ímpar do processo democrático. Em cinco votos, ajudarão a decidir o futuro do estado e do país, bem como do Vale do Taquari, que hoje carece de representatividade nos legislativos.
O pleito deste ano ocorre em um contexto diferente da eleição passada, impactada pelas restrições da pandemia. O tradicional horário de votação será retomado – das 8h às 17h – e a principal novidade é a unificação. Ou seja, todas as seções eleitorais do país seguirão o horário de Brasília. As cidades com fusos diferentes devem se adequar à capital federal.
Ao todo, o eleitor vai digitar 16 números na urna. Quatro para deputado federal, cinco para deputado estadual, três para senador, dois para governador e dois para presidente. A recomendação da Justiça Eleitoral é que os cidadãos levem a colinha em papel para a cabine de votação, pois agiliza o processo e o uso de celular é proibido.
Na região, em 38 cidades, serão 1.013 seções eleitorais, espalhadas por 495 locais de votação. A Justiça Eleitoral destinou 1.078 urnas eletrônicas ao Vale, incluindo as de contingência, utilizadas para substituir equipamentos que apresentem problemas de funcionamento. Quase 4 mil mesários, entre convocados e voluntários, atuarão para garantir o bom andamento do pleito.
Perfil do eleitorado
Na região, as mulheres são maioria entre os eleitores. São 150,6 mil do sexo feminino, o que representa 51,58% do total. Por outro lado, mais da metade dos municípios do Vale (21) tem mais eleitores homens.
A faixa etária dos 45 aos 59 anos predomina em todas as cidades e, consequentemente, representa a maior fatia do eleitorado regional (quase 25%). São quase 73 mil eleitores neste grupo. Os menores de idade (entre 16 e 17 anos), cujo voto é facultativo somam apenas 0,89% do total.
Por fim, quase 35% declararam ter o ensino fundamental incompleto, maior índice entre os níveis de escolaridade na região. Quase 10% tem o ensino superior completo e 1,56% são analfabetos. Cinco não informaram escolaridade.
Juventude e experiência
“Na primeira vez em que votei, lembro que me senti importante. Foi o sinal de que a vida adulta estava começando”, lembra Paulo Steiner, 82. Aquela sensação foi potencializada pelo fato de ter sido escolhido para ajudar a organizar as sessões eleitorais. A confiança depositada no jovem estreante nas eleições, mais tarde, se converteu em entusiasmo no mundo da política.
Ex-prefeito de Arroio do Meio, Steiner acredita que não é preciso fazer grande esforço para convencer a população a votar. O problema, para ele, é entender que o dever cidadão vai além dos domingos de compromisso na urna. Quem compartilha do sentimento de participação cidadã é Donato Johann, 73.
“Não lembro exatamente da primeira vez em que votei, mas acho que hoje é ainda mais importante fazer isso”, ressalta Donato. O aposentado guarda até hoje o seu primeiro título de eleitor e diz que pensa em nunca parar de votar. Se os veteranos no assunto estão ansiosos para o pleito, os estreantes também demonstram animação.
Willian Michel Ludwig tem 16 anos e diz que o interesse por política vem desde criança, incentivado pelos pais. Para ele, o voto não será uma obrigação. “Eu lembro de assistir aos debates em 2018 junto com meus pais. Sempre me falaram que era importante participar. Aí, assim que eu fiz 16, já fui fazer o título”, conta.
Hoje, Willian cursa o ensino médio durante a noite e trabalha como pintor de dia. Das histórias de ouve de seu pai, ele entende que o país melhorou nos últimos anos, e, por isso, não quer deixar de fazer a sua parte pelo futuro. Essa percepção é a mesma de Donato. “O meu voto, o voto dele (Willian), de todo mundo, faz a diferença” pontua Johann.