Como foi a sua trajetória como professora?
Comecei a estudar mais tarde, em Estrela, mas não gostei do internato, e fui para Teutônia fazer o ginasial. Lá resolvi encarar o magistério, e um curso de catequista em Ivoti. Quando me formei, recebi o convite para trabalhar no Ceat, como professora do Ensino Fundamental. Comecei na 2ª série, depois a 3ª, até a 7ª série. Nesse meio tempo, fiz um concurso para lecionar no estado. Trabalhei em vários colégios até me aposentar. Mas tive a oportunidade de fazer um curso na Alemanha.
Eu dava aula no turno oposto, de alemão, do que aprendi em casa. Até os sete anos eu não falava português. O curso era para me aperfeiçoar e, de repente, fazer uma licenciatura, e eu fui. Quando voltei, o município tinha implantado aulas de alemão, fiz um concurso e passei. Por um período, também fui cedida para o estado e depois trabalhei em uma biblioteca na cidade. Foi uma época muito legal. Eu não entendia quase nada de computação, fiz curso e informatizei toda a biblioteca.
Quando foi trabalhar na Casa de Cultura, já tinha experiências com museus?
Nada. Eu gostei da ideia de poder fazer um trabalho em que eu poderia aprender. Aqui, fui muito bem orientada. Fui pedindo orientação em outros lugares, através da internet também. Vim pra cá como monitora, para acompanhar visitantes. Mas fui me informando sobre as peças, quando vinham pra cá, quem doou, se foi comprada. E hoje me denominam como coordenadora do museu.
O que há de mais curioso no museu?
Eu acho bem interessante que tem um gramofone à base de manivela. Minha mãe sempre falava disso. Quando ela era criança, meu avô tinha um. Eles contavam que subiam nas árvores e tocavam lá de cima. E quando vejo essa peça, me faz relembrar essa época em que minha mãe contava essas coisas. Outra é um carrinho de bebe que já tem mais de 100 anos, que inclusive pertenceu ao Bruno Born.
Teve algum momento marcante que vivenciou neste período?
Várias pessoas vieram aqui, a gente sentou, conversou, a gente relembrou certas coisas. Pessoas da minha idade têm uma lembrança, porque a gente usava essas coisas. Por meio dessas conversas, adquiri várias informações sobre Lajeado, sobre aspectos, acontecimentos.
O que mais gosta do teu trabalho no museu?
Acompanhar grupos que eu vejo que estão realmente interessados em conhecer, saber o que quer dizer um museu. Porque hoje eu tenho uma visão bem mais aprofundada, e tento também, explicar para eles a importância que temos que dar para essas coisas. Acho que o presente tem que ter ligação com o passado para termos um futuro melhor. Espero que as pessoas que vierem continuem valorizando aqui.