A finitude da vida

Opinião

Caroline Lima Silva

Caroline Lima Silva

Assuntos e temas do cotidiano

A finitude da vida

Ainda hoje, a humanidade esbarra no conceito de finidade da existência, principalmente, porque ainda há uma névoa de mistério e especulações, tanto do ponto de vista do senso comum, quanto das filosofias e crenças mais diversas. É bem provável que, como seres humanos, não tenhamos ainda todas as respostas para as perguntas existenciais mas, nem por isso, deixamos de buscar a compreensão que conforta.

Se olharmos para a natureza, iremos ver uma gama de exemplos que nos fazem ver os ciclos que começam e terminam como processo evolutivo na caminhada da vida. Encontramos tal situação no mundo vegetal: plantas brotam, crescem, dão frutos e flores e morrem como uma sequência natural e inviolável. Da mesma forma, os reinos animal e hominal vivenciam: os primeiros sem uma consciência nítida, e os últimos com a busca de sentido.

Do ponto de vista da psicologia, o ser humano tem várias dimensões, sendo a espiritualidade uma delas, que representa a conexão com o transcendente, através das perguntas que nem todos conseguem ou querem fazer: quem eu sou? De onde eu vim? Por que estou aqui? Qual é o significado da vida?
Porém, há povos que lidam de uma forma normal em seus rituais, como os indígenas, e filosofias que representam contextualizações mais profundas, como o existencialismo, espiritismo, sociologia e história, dentre outras.

De Platão (428-347 a.C.) a Heidegger (1889-1976), a tradição filosófica é repleta de teorias e ensinamentos sobre a morte. Schopenhauer (1788-1860), um dos mais ilustres pensadores alemães do século 19, chega ao ponto de afirmar que “a morte é a musa da filosofia” e, por isso, Sócrates definiu a filosofia como “preparação para a morte”. Sem a morte, seria mesmo difícil que se tivesse filosofado. O que podemos pensar a partir disso é a necessidade de não negar a problematização da morte, já que faz parte da profundidade da vida, bem como a sensação de não ter controle sobre tudo e a necessidade de uma missão que traga significado.

Algumas pessoas não gostam de pensar sobre isso, mas prestar atenção é uma forma equilibrada para a noção de seguir em frente. Assim, é muito importante não negar a situação da finitude, mas tentar elaborar, de alguma forma, momentos limites, porque crescemos emocionalmente no momento em que enfrentamos a dor do fim e damos significado a tudo isso. Estamos aqui para evoluir. Será que podemos dizer que a morte é o fim de tudo? Será que não há outros planos evolutivos? Muitos questionamentos para conceitos mais que necessários.

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