Turismo e cultura são movimentos que transcendem entre si diversos aspectos. Turismo de lazer é ligado de forma umbilical ao turismo cultural. Os famosos city tours são basicamente formados por rotas nas áreas mais clássicas das cidades, geralmente visitando teatros, museus, prédios históricos e espaços públicos. Mas quanto vemos de políticas públicas ou interesse privado em preservar a nossa herança cultural arquitetônica?
Alguns sentem calafrios ao ouvir falar em tombamento histórico. Mas vamos lá, ver o que é isso: “O tombamento é um ato administrativo realizado pelo Poder Público com o objetivo de preservar, por intermédio da aplicação de legislação específica, bens de valor histórico, cultural, arquitetônico, ambiental e também de valor afetivo para a população, impedindo que venham a ser destruídos ou descaracterizados.” (Ministério da Cultura). Mas além do tombamento dos imóveis, há várias vertentes de preservação de bens materiais e imateriais. O nosso chimarrão é considerado um bem imóvel da cultura do nosso estado, assim como nossas danças e nossa música.
Quantas pessoas apaixonadas ou colecionadores de carro antigos você conhece? Quem nunca viu uma Kombi, da década de 60, sem condições de rodar, sendo vendida pelo valor de um carro 0km? Colecionadores de selos, moedas, armas antigas e tantos outros artefatos que pessoas comuns têm como hobby. Programas na TV que falam exclusivamente de restauração, leilões e negociatas de artefatos históricos são os maiores sucessos da TV fechada.
Mas se falar em tombamento de imóvel, calafrios percorrem os corpos e a gritaria começa. Qual a diferença? Elementar, meu caro: não há apelo nem oportunidade de ganhos, ainda, com estes imóveis. Afinal, tá cheio de casa velha espalhada por aí, diriam eles. Mas daí vem o turismo, o Instagram e todas as mídias sociais: Postar foto numa ponte de ferro, numa casa antiga, num prédio em ruínas está na trend. E como tudo na vida, nada se copia e tudo se transforma. O velho tá na moda. E vai ficar.
Com políticas públicas que favoreçam e incentivem a preservação dos imóveis históricos, quem sabe a velha casa da sua avó seja, amanhã, o Calhambeque que tanto vale em 2022. E nossa cultura e herança histórica tenha a devida valorização que há também nos castelos, ruas, vielas e casarios que tanto admiramos na Europa e nos países vizinhos.
Nosso passeio do Trem dos Vales, em vagões da década de 30 é ou não é um produto com charme e apelo acima da média? Mas os vagões que hoje são utilizados, já estiveram em depósitos apodrecendo. Além disso, alguns visionários já enxergam oportunidades neste segmento. Nosso mercado imobiliário está atento à essa nova onda? Fiquem ligados!
Rapidinhas:
– Lançado na quarta passada o Trem da Imigração entre Colinas e Roca Sales. História e Turismo juntos mais uma vez.
– Estrela apresentou um espaço turístico compartilhado para todo o Vale: Caminhos do Vale.
– Alguns gestores ainda não acordaram para o momento que estamos vivendo aqui na região. O Trem está passando.