Final da tarde de quarta-feira, esperava o tempo passar na Semana Farroupilha de Lajeado, e me deparo com um senhor dos seus quase 70 anos, pilchado e com um cigarro entre os dedos. Disse que fuma desde os 12 anos e que nunca proibiu seus filhos de fazerem o mesmo. Não nos apresentamos formalmente, mas soube que é do interior de Cruzeiro do Sul e não perde eventos ligados ao tradicionalismo por nada.
Fala mansa, pensando bem nas palavras usadas, me fez a pergunta mais usadas nos dias atuais:
– Quem tu acha que ganha a eleição?
Desconversei e retribui a pergunta. Relatou que sempre foi Brizolista e que gostava do Collares e do Simon, ex-governadores. Votou em Lula, duas vezes, e na última optou por Bolsonaro.
– Lula foi bom “pros” pobres. Mas meteu a mão. E o Bolsonaro parece que acabou com a corrupção, mas deixou tudo subir de preço. Eu até acho que o
Lula é mais forte, mas meus amigos vão todos votar no Bolsonaro de novo. Vai ser uma peleia. Já vejo as brigas na TV e no rádio.
– Mas os senhor já sabe em quem irá votar?
– Sabe que to indeciso. Mas tem tempo ainda pra ver se as coisas mudam.
Saí da conversa sem ter certeza da opção do voto deste senhor. Algo que tenho reparado em outros ambientes. Tirando os declarados Lula ou Bolsonaro, grande parcela ainda está indecisa ou tem medo ou vergonha de assumir. Até porque, como o voto é secreto, ninguém precisa saber mesmo. De fato, resultado do que o povo anda pensando, somente no dia 2 de outubro, no final da noite.
Na urna não, nos presídios sim
A proibição do porte do celular na hora de votar, ordenada pelo Tribunal Superior Eleitoral, será cumprida com maior rigor do que a proibição de celulares nos presídios brasileiros. Ou seja, o eleitor de bem não pode portar seu aparelho na hora de votar, mas os bandidos podem usar celular dentro dos presídios – e aplicar golpes – e ninguém faz nada.
Você acredita?
Perguntar não oferende: se as pesquisas de opinião refletem a realidade do momento no cenário político, você entende que os resultados apresentados hoje são de fato reflexo da atualidade?
O último debate
A Rádio A Hora apresenta nesta sexta-feira o último debate com candidatos radicados no Vale do Taquari. Estarão no programa Pensar Eleições 2022, a partir das 9 horas, os candidatos a deputado federal. Faz anos que o Vale do Taquari não tem um representante em Brasília. Pode até ser clichê escrever sobre a importância de um deputado da região no centro do poder, mas necessário. Nossa região tem se destacado e protagonizado momentos marcantes no empreendedorismo e no turismo, por exemplo, mas perde força e não tem relevância política. Tá na hora de mudar isto.
Crescimento
A construção civil é um termômetro da economia e o recorde de crédito imobiliário, passando dos R$ 16 bilhões, mostra que a expectativa é de mais empregos a caminho.