A grande maioria de nós sabe que, tendo um carro, os gastos com sua manutenção irão prevenir o aparecimento de problemas, sejam eles mecânicos, estruturais ou ainda estéticos. Não é tão atrativo gastarmos tempo e valor monetário quase que mensalmente, mas mesmo assim o fazemos com a recompensa de estarmos seguros no veículo que transporta a nós e a nossa família e amigos.
O carro novo pega uma estrada de chão esburacada e é provável que nem faça barulhos indesejados com a trepidação exagerada. O carro novo tende a apresentar menos problemas, mas o quanto cuidamos dele em sua fase “jovem” irá determinar o quanto ele irá nos incomodar no futuro.
Quanto mais “tempo de vida” tiver o carro, maiores serão os cuidados e gastos necessários para sua manutenção.
É impressionante como temos facilidade em atribuir valor e aceitar que tenhamos gastos elevados e fixos com a manutenção de bens. No entanto, desenvolvemos uma aversão aos investimentos que irão garantir um melhor funcionamento de nosso organismo. Convido a refletir se esse mesmo cuidado destinado ao carro também se aplica ao cuidado com o corpo que o dirige.
Não nos importamos com a manutenção preventiva do carro e nem em despender tempo e dinheiro com mecânicos, mas em algum momento já reclamamos do valor de uma academia, tênis para caminhada ou um prato de comida saudável. Ficamos incomodados em colocar nosso carro em uma estrada de chão porque sabemos que, repetidamente, irá gerar desgaste de peças e “barulhos” indesejados.
Mas tudo bem se trilharmos caminhos que abusem do funcionamento do nosso organismo, como comidas altamente gordurosas e industrializadas, abuso de açúcares e bebidas alcoólicas, sedentarismo, pouco sono, etc. O carro e o corpo jovem oferecem o rótulo do “tudo pode”, afinal é novo, né? Não dá nada… Mas a própria combinação desses dois fez e faz estragos e perdas em muitas famílias, onde apenas um dos citados oferece reposição.
O mau uso do corpo também gera problemas mecânicos (fisiológicos: doenças agudas e crônicas que podem abreviar a vida), estruturais (lesões musculares e ósseas que limitam o movimento) e estéticas (problemas de pele, obesidade, flacidez). A manutenção preventiva com o carro e com o corpo no presente, diz muito sobre como ambos estarão funcionando no futuro. Se estarão mais tempo “parados na oficina” ou rodando mundo afora. Ambos podem te oferecer momentos incríveis com a família e amigos, mas somente um deles pode ser substituído. E aí: a qual deles você dá mais valor?