Os pais educam; a escola repassa conhecimento, informação, descobre e desenvolve as habilidades das crianças ainda na tenra idade. É assim que deveria ser nosso sistema educacional: simples e objetivo, porém, eficiente e eficaz.
Mas, para isso, são necessários investimentos na educação e nos educadores, o que está muito longe de acontecer neste país. Ao contrário, o que se vê é que entra governo e sai governo e nada muda. Houve, no passado, quem criasse slogans para a educação: Pátria Educadora, mas infelizmente, os investimentos na educação básica não aconteceram.
Fico chocada com os governos que contratam profissionais de educação por prazo determinado de março a dezembro. E os outros três meses, o que fazem os professores? Como projetar o futuro da educação com “professores plantonistas e temporários”, sem perspectiva, sem valorização, sem quaisquer garantias de que terão trabalho no ano seguinte?
E como vão se qualificar esses professores? Ou não precisam? Com certeza, sim, porque não há como parar no tempo: ou você segue em frente ou fica para trás. E, infelizmente é o que vem ocorrendo hoje: os professores não evoluem porque não conseguem melhorar sua qualificação, condição que sempre demanda custo (ou investimento?).
E daqui a dez anos, teremos novos professores? Quem se habilita a esse desafio? E, se olharmos os processos seletivos e os poucos concursos, veremos que há muitos jovens em busca de espaço na área educacional, mas que mais parecem mendigos aguardando por uma oportunidade. E, além disso, a maior parte dos concursos públicos não avaliam de forma adequada os professores, porque abordam poucos temas específicos da área de atuação.
Aqui, preciso abrir um parêntese para reconhecer que os municípios, em sua maioria, realizam um bom trabalho na área educacional, ratificando que foi excelente a decisão de transferir o ensino fundamental para responsabilidade dos municípios, porque são eles que tem condições para trabalhar as diversas peculiaridades que o ensino infantil demanda.
“Toda grande caminhada começa com o primeiro passo”. A frase atribuída a Buda é consistente o suficiente para lembrar que educação não se faz em quatro anos. É preciso que exista um Programa Nacional que, obviamente, não terá consenso, pois encontrará divergências entre especialistas e profissionais da educação. Mas se faz necessário um começo para ir se aperfeiçoando no andar da carroça.
A verdade é que estão saindo da escola muitas crianças e jovens que mal sabem ler, têm muitas dificuldades para interpretar, organizar uma redação ou escrever um bilhete que se possa entender, e isso é resultado da real situação da educação e das escolas. E, para piorar, a pandemia roubou mais de um ano de aprendizado de nossas crianças e jovens, graças ao fechamento das escolas e à necessidade de adaptação para o ensino a distância, o que sabemos, foi pouco eficiente.
Certamente, no futuro, colheremos resultados nada satisfatórios desse hiato educacional de nosso país. Em tese, a educação, que já vinha evoluindo a passos de tartaruga, retrocedeu, e isso, todos sabemos, não terá recuperação. A pergunta que não quer calar: a quem interessa um povo inculto e com baixo nível educacional? A resposta fica por conta de quem se dispõe a pensar, lembrando que povo que não tem cultura é facilmente dominável e dependente.
Educação traz desenvolvimento econômico e riqueza para o país, além de tornar o sujeito emancipado e dono de seus atos, resultando em aumento da sua produtividade, em face à sua condição de liberdade. Por isso, é na educação que encontramos a resposta para a questão: por que alguns países são mais ricos e desenvolvidos que outros?