Jardins viram atrações turísticas

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Jardins viram atrações turísticas

Pandemia fez surgir uma nova tendência entre os viajantes: o “turismo de jardins”. No Vale do Taquari, a criação de estruturas em meio à natureza ganhou força nos últimos anos, e é opção para quem visita a região

Jardins viram atrações turísticas
O Duas Meninas Garden oferece uma verdadeira experiência ao ar livre, com alimentação aos animais e trilhas pela mata, além de um cactário com mais de 380 espécies. Crédito: Fábio Alex Kuhn
Vale do Taquari

Nas últimas duas décadas, o turismo virou sinônimo de experiência, e os visitantes buscam espaços em que possam levar para casa boas memórias. O turismo de jardins, ou garden tourism, é um movimento visto em todo o mundo, e que ganha força no Vale do Taquari.

“De tantas coisas ruins da pandemia, algumas coisas boas ficam. Uma delas são esses espaços, empreendimentos em meio à natureza, para as pessoas poderem parar, curtir, contemplar, usufruir de uma boa gastronomia, em locais com visual bonito e boa estrutura”, destaca o presidente da Associação dos Municípios de Turismo da Região dos Vales (Amturvales), Leandro Arenhart.

De acordo com ele, neste período, o Vale do Taquari foi descoberto, já que os turistas procuraram destinos menos consolidados ao invés de grandes centros. Arenhart ainda ressalta que o turismo não é só hotéis, pousadas e restaurantes. “Muitas vezes o ponto turístico está ali mas não tem uma estrutura específica. E esses gardens sim, a maioria é qualificada, e tem agregado muito à região”.

Mas ainda há muitos locais a serem explorados. O primeiro passo é valorizar o Vale, e dar atenção àquilo que é simples, mas bem aproveitado. “Às vezes só precisa do olhar do empreendedor que possa ajudar na construção de um espaço, de um garden, de uma área e lazer”, ressalta.  Lugares como esses também podem ser boas vitrines para a venda de produtos regionais, e para o fortalecimento da produção de grandes e pequenos empreendimentos locais ou dos arredores.

Um refúgio na natureza

Na Estrada Geral Arroio Grande, no interior de Arroio do Meio, o Duas Meninas Garden foi criado com essa proposta. A propriedade é da família de Joner Frederico Kern, que já mantinha a Cabanha de mesmo nome na localidade.

Kern já tinha o gosto pela natureza desde que começou a criação de cavalos crioulos, e há 10 anos que inaugurou as terras na atual localização. O nome Duas Meninas é em homenagem às filhas Laís e Bianca. Hoje, a neta Maria Flor também integra a família.

Mesmo antes de transformar a propriedade em garden, Kern foi convidado a integrar um roteiro turístico e, em 2018, tornou-se presidente da iniciativa. Mas a família percebeu a necessidade de tornar o espaço mais atrativo para turistas e, na pandemia, a ideia de receber visitantes para passeios e piqueniques saiu do papel. O novo projeto foi inaugurado em 2021.

Duas Meninas Garden

Assim, o espaço se tornou um lugar de acolhimento e contemplação, que tem o atendimento como diferencial. Além de uma bonita vista da localidade. Também fazem parte da proposta dois grandes balanços de 11 metros, os maiores da região. Assim como um bosque encantado, trilhas e caminhadas. A Fazendinha do Vovô é o carro-chefe do local, com galos, patos e mini porcos.

“Eu distribuo um pouco de milho para cada criança e eles vão tratando, convivendo. As vivências são muito importantes aqui”, destaca Kern. De acordo com ele, o movimento é sempre intenso no lugar. O garden fica aberto aos sábados e domingos à tarde. Outros dias e horários podem ser agendados, com grupos de 20 a 30 pessoas.

Para integrar as atividades, a ideia é oferecer passeios à cavalo aos visitantes. Um salão de eventos também está sendo construído no local, que é rodeado por uma grande paisagem natural.

No lugar, também foi criado o Cactário Duas Meninas em parceria com o sócio Mateus Engster, com quase 1500 metros de estufas, e mais de 380 espécies de cactos. Os turistas vêm até mesmo de fora do Vale, de regiões como Porto Alegre, e da Serra Gaúcha para visitação.

Vida nova ao antigo casarão

O que na década de 60 e 70 foi um Armazém, agora dá vida a um bistrô, com um grandioso pátio. Essa é a história do novo empreendimento de Eduardo Dienstmann, neto dos proprietários do antigo casarão localizado entre Estrela e Colinas.

A ideia de voltar a ocupar o local era antiga, mas só em 2016 Eduardo começou a reforma. “Eu sempre tive a pretensão de ter um restaurante que fosse no estilo da serra, que ainda não tinha na região. Via uma oportunidade de negócio”, explica Eduardo. Para ele, também era importante atender aos finais de semana e feriados, que acredita ser raridade no Vale.

Ele conta que a casa ficou abandonada por 30 anos e, assim que começou a reforma, planejou manter as características da época. Ao longo do tempo, também buscou por itens de decoração com a estética retrô, que ajudaram a enfeitar o local.

Hoje, o Antigo Armazém Bistro trabalha sob reserva. Para Eduardo, o espaço foi ganhando sua identidade aos poucos e a melhor propaganda foi feita pelos bons comentários dos clientes. “Temos um pátio super bacana. Como a gastronomia é ótima também, as pessoas vão para curtir o dia mesmo”, reforça. Ele afirma receber público de toda região e até mesmo da capital.

Localizado entre Estrela e Colinas, o Antigo Armazém Bistrô mantém as características do casarão que ficou abandonado por 30 anos. Crédito: Fábio Alex Kuhn

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