Em um mês, candidatos do Vale arrecadam R$ 2 milhões à campanha

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Em um mês, candidatos do Vale arrecadam R$ 2 milhões à campanha

Maior parte dos concorrentes aos parlamentos recebeu recursos do Fundo Eleitoral. Até o momento, nove ainda não informaram despesas à Justiça Eleitoral. Prestação parcial deve ser entregue até terça-feira

Em um mês, candidatos do Vale arrecadam R$ 2 milhões à campanha
Dos 21 candidatos da região, a maior parte acessou recursos do Fundo Eleitoral a partir dos diretórios. Crédito: Felipe Neitzke
Vale do Taquari

A campanha eleitoral fecha um mês na próxima sexta-feira, 16. E os candidatos da região já arrecadaram, juntos, R$ 2 milhões para utilização nas ações. As receitas são oriundas de repasses dos partidos e de outros políticos, doações de pessoas físicas, recursos próprios do postulante e financiamento coletivo (vaquinha virtual).

Todos os 21 concorrentes com domicílio no Vale do Taquari registraram o ingresso de receitas para a campanha. O levantamento foi feito a partir de dados disponibilizados no sistema DivulgaCandContas, do Tribunal Superior Eleitoral. Nem todos, porém, informaram despesas. Até agora, foram utilizados R$ 427,7 mil.

Entre os candidatos da região, Ricardo Wagner (PTB), que busca uma cadeira na Câmara dos Deputados, lidera a lista de recursos recebidos: R$ 400 mil. Todo o montante é oriundo do diretório estadual da legenda. Contudo, até o fechamento desta edição, ele ainda não declarou gastos.

A segunda candidatura com mais recursos é também a que mais declarou despesas de campanha. Gláucia Schumacher (PP) almeja uma vaga na Assembleia Legislativa e recebeu R$ 355 mil, a maior parte do diretório estadual. Já os gastos chegam a R$ 72,2 mil, quase metade utilizado para custear o impulsionamento de conteúdo nas redes sociais.

Prestação de contas

Até a próxima terça-feira, 13, partidos, federações, coligações e candidatos devem enviar à Justiça Eleitoral a prestação parcial de contas da campanha. Nela, deve constar o registro da movimentação financeira ou estimável em dinheiro ocorrida desde o dia 16 de agosto até 8 de setembro.

A movimentação inclui recursos recebidos dos fundos Partidário e Eleitoral, bem como os gastos de campanha. A prestação final deve ser enviada até 30 dias após o pleito. Já as doações em dinheiro devem ser informadas à Justiça Eleitoral em até 72 horas.

As campanhas também possuem limite legal de gastos. Nas disputas para os cargos de deputado federal e estadual no Rio Grande do Sul, cada candidato pode investir até R$ 3,1 milhões e R$ 1,2 milhão, respectivamente.

Fundo eleitoral

Com o fim do financiamento privado, foi criado, em 2017, o polêmico Fundo Especial de Financiamento de Campanha. O cientista político Fredi Camargo lembra que o modelo anterior foi extinto sob a alegação de que políticos ficavam “reféns” das empresas doadoras. Contudo, considera que o modelo do Fundo Eleitoral não cumpre com a proposta de promoção da igualdade.

“Muitos candidatos se queixam que o rateio interno dos partidos não é feito de forma igualitária, o que também o torna desigual. Não vejo este modelo como ideal para o financiamento de campanha. Deveria ser dentro de um regramento partidário, de forma a tornar todos iguais. Mas aí chegaríamos numa utopia”, avalia.

Entre as candidaturas da região, apenas Douglas Sandri (Novo) e Jonatan Brönstrup (PSDB) não acessaram recursos do Fundo Eleitoral. O primeiro segue a orientação do partido em não utilizar recursos públicos, enquanto o segundo foi contemplado com verba do Fundo Partidário. Nas demais, os valores recebidos variam de R$ 3,5 mil a R$ 400 mil.

Diferenças entre fundo partidário e fundo eleitoral

– O Fundo Especial de Financiamento de Campanha (Fundo Eleitoral) foi estabelecido em 2017, por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) após o fim do financiamento privado de campanhas. É distribuído pelo TSE aos diretórios nacionais a partir de critérios pré-estabelecidos.

– São levados em consideração na distribuição a representação na Câmara dos Deputados e no Senado. Em 2022, o valor destinado às campanhas pelo fundo eleitoral foi de R$ 4,9 bilhões.

– Já o Fundo Partidário é distribuído anualmente às siglas. É composto por dotações orçamentárias da União, multas e penalidades de natureza eleitoral, doações de pessoas físicas depositadas nas contas dos partidos. Também é usado no custeio de atividades rotineiras das siglas.


Receitas e despesas dos candidatos do Vale

 ESTADUAIS

ADROALDO COUTO (PP)

RECEITAS – TOTAL: R$ 53 MIL

– R$ 30 mil do diretório nacional do PP*
– R$ 12 mil de recursos próprios
– R$ 11 mil em doações

DESPESAS – TOTAL: R$ 25,5 MIL

– R$ 22,4 mil de serviços prestados por terceiros
– R$ 1,8 mil para locação de imóvel
– R$ 750 com materiais impressos
– R$ 550 com despesa de pessoal

BIRA DO ÔNIBUS (Podemos)

RECEITAS – TOTAL: R$ 10 MIL

– R$ 10 mil do diretório estadual do Podemos*

DESPESAS
Nenhuma despesa informada

DEJA JÁ (PSD)

RECEITAS – TOTAL: R$ 40,7 MIL

– R$ 40 mil do diretório estadual do PSD*
– R$ 713 em doações*

DESPESAS

Nenhuma despesa informada

DOUGLAS SANDRI (Novo)

RECEITAS – TOTAL: R$ 75 MIL

– R$ 63,6 mil em doações
– R$ 11,3 mil de Financiamento Coletivo

DESPESAS – TOTAL: R$ 18,9 MIL

– R$ 10 mil com impulsionamento de conteúdo
– R$ 3,5 mil com materiais impressos
– R$ 2,2 mil de doação a outros candidatos
– R$ 1,4 mil com adesivos
– R$ 942 com locação de imóvel

GECI MALLMANN (PTB)

RECEITAS – NTOTAL: R$ 10,1 MIL

– R$ 10,1 mil do diretório estadual do PTB*

DESPESAS
Nenhuma despesa informada

GLÁUCIA SCHUMACHER (PP)

RECEITAS – TOTAL: R$ 355 MIL

– R$ 300 mil do diretório nacional do PP*
– R$ 30 mil em doações*
– R$ 25 mil de recursos próprios

DESPESAS – TOTAL: R$ 72,2 MIL

– R$ 35 mil com impulsionamento de conteúdo
– R$ 23,7 mil com materiais impressos
– R$ 7,5 mil com produção de jingle
– R$ 5 mil com adesivos
– R$ 800 com telefone
– R$ 160 com criação de página na internet

JOÃO BRAUN (PP)

RECEITAS – TOTAL: R$ 52 MIL

– R$ 50 mil do diretório nacional do PP*
– R$ 2 mil de recursos próprios

DESPESAS – TOTAL: R$ 2 MIL

– R$ 2 mil com impulsionamento de conteúdo

JONATAN BRÖNSTRUP (PSDB)

RECEITAS – TOTAL: R$ 80 MIL

– R$ 80 mil do diretório nacional do PSDB**

DESPESAS – TOTAL: R$ 39,2 MIL

– R$ 17 mil com criação de página na internet
– R$ 10 mil com atividades de militância
– R$ 5 mil com locação de veículo
– R$ 4,2 mil com locação de imóvel
– R$ 3 mil com materiais impressos

JOSÉ ALVES (Podemos)

RECEITAS – TOTAL: R$ 100 MIL

– R$ 100 mil do diretório estadual do Podemos*

DESPESAS

Nenhuma despesa informada

JOSÉ SCORSATTO (PDT)

RECEITAS – TOTAL: R$ 50 MIL

– R$ 50 mil do diretório estadual do PDT*

DESPESAS – TOTAL: R$ 41,7 MIL

– R$ 20,7 mil com adesivos
– R$ 18,9 mil com materiais impressos
– R$ 2,1 mil a especificar

LEONARDO STEPHAN – (União Brasil)

RECEITAS – TOTAL: R$ 19 MIL

– R$ 19 mil do diretório nacional do União Brasil*

DESPESAS – TOTAL: R$ 4,8 MIL

– R$ 2,6 mil com locação de imóvel
– R$ 1,6 mil com materiais impressos
– R$ 500 com anúncio em jornal

MANECO HASSEN (PT)

RECEITAS – TOTAL: R$ 105,7 MIL

– R$ 33,7 mil do diretório estadual do PT*

– R$ 30 mil do diretório nacional do PT*
– R$ 22 mil em doações*
– R$ 20 mil de recursos próprios

DESPESAS – TOTAL: R$ 53,6 MIL

– R$ 37,9 mil com materiais impressos
– R$ 6,3 mil com adesivos
– R$ 4,5 mil com impulsionamento de conteúdo
– R$ 3,8 mil com anúncio em jornal
– R$ 699 para produção de jingle
– R$ 40 com criação de página na internet

MÁRCIA SCHERER (MDB)

RECEITAS –  TOTAL: R$ 300 MIL

– R$ 290 mil do diretório nacional do MDB*
– R$ 10 mil de recursos próprios

DESPESAS TOTAL: R$ 5,4 MIL

– R$ 3,4 mil com materiais impressos
– R$ 1,9 mil com adesivos

RODRIGO CONTE (PSB)

RECEITAS – TOTAL: R$ 14 MIL

– R$ 14 mil em doações*

DESPESAS
Nenhuma despesa informada

TIAGO PEDROSO (PSC)

RECEITAS – TOTAL: R$ 30 MIL

– R$ 30 mil do diretório nacional do PSC*

DESPESAS-  TOTAL: R$ 5,4 MIL

– R$ 3,9 mil com materiais impressos
– R$ 952 com diversas a especificar
– R$ 180 com combustível

WILKYNS GROSS (PTB)

RECEITAS – TOTAL: R$ 6,8 MIL

– R$ 6,8 mil do diretório estadual do PTB*

DESPESAS

Nenhuma despesa informada

—- FEDERAIS

ÊNIO BACCI (União Brasil)

RECEITAS – TOTAL: R$ 198,9 MIL

– R$ 190 mil do diretório nacional do União Brasil*
– R$ 7,9 mil de Financiamento Coletivo
– R$ 1 mil de recursos próprios

DESPESAS – TOTAL: R$ 158,9 MIL

– R$ 156,2 mil com materiais impressos
– R$ 2,4 mil para produção de jingle
– R$ 321,35 da taxa de administração de financiamento coletivo

FELIPE DIEHL (PL)

RECEITAS – TOTAL: R$ 14,7 MIL

– R$ 5 mil de recursos próprios
– R$ 5,4 mil em doações*
– R$ 2,9 mil de Financiamento Coletivo
– R$ 1,2 mil do diretório estadual do PL**

DESPESASTOTAL: R$ 183,90

– Taxa de administração de Financiamento Coletivo

RICARDO WAGNER (PTB)

RECEITAS – TOTAL: R$ 400 MIL

– R$ 400 mil do diretório estadual do PTB*

DESPESAS

Nenhuma despesa informada

VIGILANTE REGINALDO MORAIS (Republicanos)

RECEITAS TOTAL: R$ 20 MIL

– R$ 20 mil do diretório nacional do Republicanos*

DESPESAS

Nenhuma despesa informada

YÊ (MDB)

RECEITAS – TOTAL: R$ 150 MIL

– R$ 150 mil do diretório nacional do MDB*

DESPESAS

Nenhuma despesa informada

(*) Inclui recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha

(**) Recursos do Fundo Partidário

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