Quando temos na bagagem experiências de morar em diversos lugares durante parte de nossa trajetória, via de regra, o campo profissional determina nossas escolhas nesse sentido. Seja em nível macro ou até mesmo no âmbito regional. Vimos sistemas culturais diferenciados. Muitos abruptos, outros nem tanto, mas mesmo assim diferentes daquele sistema cultural onde nosso ser foi forjado.
Tive a felicidade de, ao longo de algumas décadas, viver em regiões distintas em nosso estado; devido à minha profissão, e pude vivenciar realidades culturais bem distintas. Na área da educação, temos a rica possibilidade de conviver com o “modus operandi” de cada família, cujo conjunto de culturas familiares determina o sistema de valores, regras e peculiaridades de cada região.
Necessário se faz ter o entendimento que cada lugar possui características próprias, as quais, além de ser respeitadas, precisam ser descobertas. E como descobri-las? Essa é a chave da questão da convivência. A necessidade de sabermos viver convivendo, apreendendo cada sistema cultural regional onde estivermos inseridos. Somente após esse movimento feito, o qual necessita de um certo tempo, convivência social e movimentos “em busca de”, que passamos a pertencer. Nada mais agradável do que sentir-se pertencendo à região, à cidade, que você escolheu para chamar de sua.
As profissões que exigem uma inserção intrínseca na teia social cobram a habilidade da interação social. Quem não tiver essa sensibilidade fatalmente terá objeções no seu fazer profissional.
Dale Carnegie, em sua obra clássica “Como falar em público e influenciar pessoas no mundo dos negócios”, nos relata na p. 153: “(…) vamos nos sentar e conversar e, se divergirmos um do outro, procurar saber por que, quais os pontos que discordamos, nós, em pouco tempo, verificaremos que não nos encontramos assim tão afastados um do outro, que os pontos dos quais divergimos são poucos, e inúmeros são aqueles em que concordamos, e que, se tivermos paciência, sinceridade e desejo de caminharmos juntos, caminharemos juntos.”
A vida em sociedade pressupõe relacionamento humano intenso. Cada ser com seu modo de pensar, de agir, mas com senso de intercomplementaridade.