Concessão das rodovias estaduais, fortalecimento de outros modais de transporte, consolidação das regiões como destinos turísticos, finanças públicas e investimentos em áreas como saúde e educação. Temas que permearam o debate ontem entre os candidatos a governador do Rio Grande do Sul, em Lajeado.
Ao todo, sete candidatos apresentaram propostas e confrontaram ideias no palco do Teatro Univates. Sob os olhares de empresários, representantes de entidades de diferentes setores, políticos, estudantes e apoiadores, mostraram estarem cientes dos gargalos e problemas dos Vales do Taquari e Rio Pardo e se comprometeram a trabalhar pelo desenvolvimento das duas regiões.
O debate para governador foi viabilizado numa parceria inédita entre o Grupo A Hora, o Grupo Folha do Mate, de Venâncio Aires, e a Fundação Univates. O objetivo foi de aproximar os concorrentes ao Palácio Piratini da realidade local e colocar os Vales no centro das atenções da política estadual.
Foram convidados os candidatos cujos partidos possuem representação no Congresso Nacional. Apenas Onyx Lorenzoni (PL) não pôde comparecer. O debate foi dividido em cinco blocos e possibilitou espaço igual a todos. Houve o enfrentamento direto entre eles, além de perguntas com temas específicos e questionamentos elaborados pelas entidades.
Embate direto
Foi no terceiro bloco que alguns candidatos subiram o tom durante o debate. Quando provocado por Ricardo Jobim sobre a gestão da pandemia e o fechamento do comércio, Eduardo Leite retrucou. “Não houve aumento da carga tributária. Seu partido, o Novo, fez prorrogação de alíquotas sobre diversos itens no governo de Minas Gerais. Falar é uma coisa, fazer é outra”, argumentou.
Porém, Leite foi confrontado por Heinze sobre as propostas para a saúde. O senador chamou o ex-governador de “ingrato” por não dizer a origem dos recursos utilizados para quitar as contas dos hospitais. “Você recebeu do governo federal R$ 699 milhões. E mais R$ 280 milhões da lei Heinze. Diga de onde veio, governador. Diga quem lhe ajudou”, disparou.
O clima foi mais ameno em outros embates. Edegar Pretto e Vicente Bogo abordaram a temática das concessões. Ambos se disseram favoráveis a rediscutir o plano. “Vamos anular o modelo atual e discutir com a sociedade”, salientou o petista. “A concessão da RSC-287 foi definida numa audiência pública em um hotel, com mínima participação da população”, disse o ex-vice-governador.
A Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) foi alvo de críticas de Roberto Argenta, quando questionado sobre infraestrutura das estradas. “Qual a diferença do Daer e da EGR? Só dão despesas e fazem a mesma coisa. Precisamos de mais consciência, para que o dinheiro público não seja desperdiçado”, pontuou.
Vieira da Cunha e Ricardo Jobim mostraram preocupação com o aumento de casos de feminicídios no RS. “Eu fico estarrecido com isso. Precisamos de conscientização, e ela nasce desde cedo, desde o ensino básico eo ensinio fundamental”, comentou o candidato do Novo. “Vamos na raiz do problema. Temos que criar mais patrulhas e aumentar as delegacias especializadas. Hoje, são insuficientes para atender a demanda”, avaliou o pedetista.
Pergunta de abertura
No início do evento, os sete candidatos responderam a um mesmo questionamento, elaborado previamente pela organização do debate.
Se eleito, que atenção seu governo dará às demandas e desafios dos Vales do Taquari e Rio Pardo?