Lateral-direito de muita qualidade, Pedro Haetinger, 23, era tido como uma das promessas do Vale do Taquari. Porém a chegada da pandemia e uma experiência ruim nos Estados Unidos fizeram que migrasse de esporte. Hoje é destaque estadual no atletismo e mira disputar provas fora do país.
Depois de passar por Lajeadense e Novo Hamburgo, Haetinger decidiu ir aos Estados Unidos para estudar e seguir jogando na Liga Universitária. Porém ao chegar no país e ao ser avaliado, foi considerado atleta de elite, com isso a permanência no esporte foi reduzida de quatro para dois anos. “Fiquei bem chateado e desmotivado, pois nunca me profissionalizei no Brasil, justamente pelo objetivo de ir para lá.”
Nesse período também iniciou a pandemia, onde retornou ao Brasil. Algumas propostas apareceram, porém o ciclo no esporte havia encerrado. “Não me visualizava mais com o brilho nos olhos que me guiou por mais de 15 anos.”
A desilusão foi tão grande que hoje o único contato que tem com a bola é quando disputa umas partidas de futevôlei.
Entrada nas corridas
Haetinger sempre teve o gosto pela corrida, muito para manter o condicionamento físico que era necessário para prática do futebol. O esporte também era usado para acalmar. “Quando algo não dava certo, saia para correr.”
Aos poucos foi conhecer sobre pace e passou a criar metas para tentar evoluir no esporte. A primeira maratona foi no dia 15 de novembro de 2021, no Rio de Janeiro, onde ficou em terceiro lugar com o tempo de 3h13min. “Me senti feliz e realizado por conseguir alcançar meu objetivo. Porém, com dúvidas se faria novamente, pois foi bem desafiador.”
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A primeira maratona que Pedro disputou foi para agradecer o tratamento que recebe da namorada Gabriela – Foto: Arquivo Pessoal
A escolha pela maratona foi para presentear a namorada e nutricionista Gabriela Melos. “Foi uma forma de agradecer pela transformação e todos ensinamentos que ela vinha me proporcionando.”
Depois que completou a primeira prova, ficou com vontade de treinar mais e superar algumas metas, como por exemplo completar uma corrida abaixo de 3 horas.
Treinamentos
Haetinger é orientado pela Pretto Treinamento, de Porto Alegre. Os treinos são diários. Nas terças, quintas e sábados, são treinos mais intensos, ritmos de prova, limiar, entre outros. Nos outros dias são atividades mais confortáveis e com ritmo controlado. A planilha de treinamento é sempre atualizada de acordo com a rotina e metas do atleta.
Em média corre por semana de 80 a 100 quilômetros, porém nas semanas que antecedem uma prova essa distância aumenta para 120 a 130km.
Para ele, as corridas proporcionam saúde, praticidade e bem-estar. “Superar meus limites e competir contra mim mesmo, é um dos fatores que também me motiva todos os dias.”
Comenta que para ser um maratonista, o atleta tem que ter muita disciplina, constância e dedicação. “Não posso dizer que é fácil, porém quando mentalizamos o objetivo, o processo fica prazeroso.”
Para ele, o esporte transforma a vida das pessoas, pois proporciona saúde, amigos e faz superar limites. “Minhas melhores experiências, conquistas consegui através do esporte. Espero continuar aprendendo, evoluindo e colecionando momentos únicos que só o esporte nos proporciona.”
Principais conquistas
Na maratona Haetinger tem como principais resultados dois terceiros lugares na categoria 20-24 anos. Um na Maratona Internacional de Rio de Janeiro 2021 e outro na Maratona Internacional de Porto Alegre 2022.
Já nas meias-maratonas, 21km, foi vice-campeão na categoria na meia-maratona de Florianópolis 2022. E também obteve o quarto lugar geral na Live Run XP, etapa de Porto Alegre. Na prova, foi o campeão na categoria.
Neste ano, foi vice-campeão da Travessia Torres Tramandaí na modalidade quarteto masculino.
Futuro
Com o bom resultado obtido na Maratona de Porto Alegre neste ano, Haetinger conquistou índice para correr as principais maratonas do mundo, como as de Boston, Berlim, Chicago e Nova Iorque. “Quero continuar evoluindo e buscando performance em todas distâncias da corrida e quem sabe disputar uma das principais provas do mundo.”
Indagado sobre a possibilidade de participar dos Jogos Olímpicos, Haetinger destaca que por dividir os treinos com o trabalho, o índice para participar dos jogos fica viável para atletas profissionais e com anos de treinamentos.