De funerária a um plano de assistência familiar

O Meu Negócio

De funerária a um plano de assistência familiar

Régis Diersmann conta a trajetória do empreendimento iniciado por seu pai em 1968 e aperfeiçoado na década de 90 para oferecer benefícios em vida 

De funerária a um plano de assistência familiar
Régis Diersmann participou esta semana do programa O Meu Negócio, apresentado por Rogério Wink . Crédito: Mateus Souza
Lajeado

O Grupo Diersmann, referência na região dos vales em assistência familiar e funeral, surgiu em Estrela na década de 60. Na época, a partir das habilidades de Werno Diersmann no trabalho em madeira e na fabricação de urnas fúnebres. Ainda naquele período, teve a oportunidade de comprar uma funerária e tornar esse seu próprio negócio.

Em entrevista esta semana ao programa O Meu Negócio, o filho e diretor do grupo, Régis Diersmann, destacou a trajetória da empresa com mais de 50 anos de atuação. Ele fez referências ao período no qual frequentava a escola e ajudava na montagem dos caixões e cruzes em madeira.

Essa determinação e os princípios pela humildade e trabalho sempre motivaram na busca pelo conhecimento. Diersmann se formou em Ciências Econômicas e iniciou uma segunda graduação em Administração.Com o aumento de serviços na funerária da família e a partir da morte precoce do pai em 1988, assumiu os negócios. Mesmo sem concorrência na cidade percebeu que o segmento crescia na região e decidiu inovar.

“Quando apresentei a ideia de um plano funeral as pessoas estranharam, não era algo comum na região”, lembra. Esse formato foi ajustado e em 1997 a funerária deu espaço a um novo conceito quando surgiu a Diersmann Assistência Familiar.

Hoje, a empresa conta com ampla rede de atendimento e conveniados. São três clínicas próprias nas unidades em Estrela, Lajeado e Santa Cruz do Sul. A atuação nas duas regiões também teve o reforço a partir do crematório inaugurado este ano.


ENTREVISTA – Régis Luiz Diersmann

“Quando criança montava as cruzes em madeira e lixava os caixões”

Rogério Wink – Alguém da família já tinha alguma relação com o serviço funerário?

Régis Luiz Diersmann – Meu avô era marceneiro e assim meu pai seguiu esse ofício. Eles montavam caixões. Na época não havia produção em escala e era normal as famílias providenciarem a estrutura sob medida. Enquanto era feita a urna se preparava o restante do velório. A minha função na época, quando criança, era montar as cruzes em madeira e lixar o fundo do caixão. Enquanto meus colegas de escola brincavam nas férias, a minha atividade era ajudar meu pai na funerária. Hoje até seria considerado trabalho infantil, mas na época o que se pensava em garantir o sustento da família.

Wink – O vínculo familiar inspirou a dar sequência na empresa?

Diersmann – Ainda jovem tive de tomar uma decisão e optei em seguir esse empreendimento iniciado por meu pai. Ele morreu aos 56 anos. Mesmo com o tratamento dos melhores especialistas o câncer sempre voltava. Toda essa perseverança dele me fez seguir em frente com um serviço que não tinha data nem hora. Conseguimos crescer e hoje não atuo mais no operacional, fico na gestão da empresa.

Wink – Quando foi a virada do negócio e criou os planos de benefícios?

Diersmann – Primeiro surgiu a ideia de oferecer plano funeral e depois os de assistência e benefícios em vida e pós-vida. As pessoas estranharam e havia resistência. Isso já era comum em centros maiores e seria uma tendência.

Mesmo sendo a única funerária em Estrela na época, na região havia mais de 50 e era preciso oferecer algo diferente. Em 1996 recebemos uma proposta para prestar serviço com a venda de plano funeral. No ano seguinte houve um problema com a seguradora e ficamos por doze meses sem receber pelo serviço fúnebre prestado. Não poderia deixar transparecer esse impasse para a cartela de clientes estabelecida. A partir de então decidi criar um plano próprio para soluções que pudessem melhorar a vida das pessoas.

Wink – O que se oferecia para os profissionais e aos clientes com o plano assistencial?

Diersmann – O médico, dentista e tantos outros profissionais proporcionam descontos em troca de clientes. Com o passar do tempo essa rede aumentou e por consequência os benefícios. Hoje, com o cartão são oferecidos esses atendimentos além de outras 17 combinações possíveis no segmento funeral. O cliente define que tipo de serviços quer ter e como agenda, seja pelo site, presencial ou pela central de atendimento.

Wink – Como surgiu a ideia das clínicas próprias e como organiza toda essa estrutura?

Diersmann – Esses ambientes existem há mais tempo e passaram agora por uma reestruturação. Contamos com médicos especialistas, odontólogos e muitos outros profissionais nas unidades de Estrela, Lajeado e Santa Cruz do Sul. Para organizar tudo contamos com mais de 140 funcionários e sempre há vagas. Também investimos em um novo sistema próprio para integrar os bancos de dados.

Wink – Como foi fazer o investimento do crematório em Santa Cruz do Sul?

Diersmann – Nossa ideia era fazer a construção em Lajeado, mas o plano diretor não permitia. Buscamos outro polo muito importante na região e a demora na inauguração se deu por conta dos trâmites legais. Inauguramos em abril e as operações iniciaram em maio deste ano. Em média, por mês, são 26 cremações de clientes nossos e várias outras de funerárias parceiras.

DICA DE LEITURA

A sugestão de leitura do Rogério Wink para esta semana é o livro “Vítimas do Critério”, uma publicação de Walter Longo. A obra aborda como tomar decisões num mundo em transformação.

Conforme o autor, é imprescindível entender a importância dos critérios que utilizamos e como podemos usá-los para não nos tornarmos, simplesmente, vítimas de nossos critérios e, em consequência, termos resultados desastrosos.

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