História por todos os lados

Opinião

Bibiana Faleiro

Bibiana Faleiro

Jornalista

Colunista do Caderno Você

História por todos os lados

Pouco depois das 14h de uma quinta, cheguei na casa de uma simpática senhora no bairro São Cristóvão. Com papel e caneta na mão, eu estava ali para uma entrevista. E ela, um pouco nervosa, logo me perguntou o que eu gostaria de saber.

Eu queria saber da vida dela. Mas, naquele momento, apenas um recorte daquela história eu poderia contar. Com rapaduras à mesa e servido o chimarrão, ela falou da infância, da adolescência. Das cidades que passou, da profissão: costureira. Ela falou de mudanças, de coisas que permaneceram iguais. Falou da vida dela, mas falou da trajetória de uma sociedade ao londo de pelo menos 60 anos.

Nos último dias, também fiz o trajeto até a Casa de Cultura diversas vezes. Seja no museu ou na cadeia municipal, grande parte da história da cidade se encontra ali. Mas, muito mais do que isso, ela se encontra nas pessoas que, por meio de seus relatos e pesquisas, tornam possível um registro de décadas e até mesmo séculos atrás.

E não importa se são pessoas conhecidas por suas publicações, ou pelas lembranças de uma costureira de 80 e poucos anos, são as pessoas, de todos os tipos, lugares e cores, que ajudam a manter a cultura de um lugar viva. Com suas versões, por vezes diferentes, mas com pontos em comum.

Afinal, tudo o que é história, alguém lembrou, fotografou ou relatou para alguém. E, apesar de concentrada em prédios como a Casa de Cultura, ela também está em pequenos estabelecimentos comerciais, em casas que mantém uma fachada antiga. Ou mesmo nas atuais.

Em parques, nas árvores que mudam a cada estação. A história está nas ruas, e nas mudanças que foram vistas ao longo dos anos. Ela está nos livros, e nas páginas do jornal. E é por isso que resgatamos algumas delas por aqui. Para que a gente possa recordar, mas que também sirva como uma “pulga atrás da orelha” para se pensar o presente de acordo com o que passou.

Para que a gente olhe pra frente sabendo do que ficou pra trás, e para que alguns valores não se percam, e outros se transformem para melhor. No fim, a história faz tudo isso. Ela emociona e instiga, e nos ajuda a entender um pouco sobre cada um de nós.

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