O Vale do Taquari vive um momento ímpar. São diversas as demandas que repousavam há décadas e agora já fazem parte da realidade dos moradores da nossa região. A ampliação da pista no trecho da BR-386 entre Lajeado e Estrela, a ciclovia entre a mesma Estrela e as vizinhas Colinas e Imigrante, e, não menos importante, a tão aguardada obra de uma hidrelétrica no Rio Taquari, junto à histórica e quase obsoleta barragem de Bom Retiro do Sul.
A comunidade regional precisa compreender tal momento, aproveitar as boas novas e elevar a régua de exigência do Vale do Taquari. Não podemos permitir os mesmos erros do passado, que destrataram as nossas rodovias, sucatearam as nossas ferrovias, e quase aniquilaram com o nosso transporte hidroviário.
Nova hidrelétrica dobra geração e cria oportunidades ao Vale
O momento é ímpar, reforço, mas é preciso manter a população sob alerta. A desunião de prefeitos no processo de concessão, por exemplo, é um ruído que precisa ser corrigido logo. Sem união, o Vale do Taquari corre o risco de não colher tantos frutos no futuro e voltar a enfraquecer. Estamos fortes, sim. E otimistas.
Mas precisamos seguir fortes e atentos às oportunidades e reagrupar os líderes regionais nos âmbitos público e privado. Não ganhamos nada de graça. Tudo é fruto de muito suor. Foi assim com a ciclovia, com a necessária ampliação da BR-386, a suspensão do edital das rodovias estaduais e, por fim, com a tão sonhada liberação da barragem para a Certel produzir energia.
Schneider com Leite
A campanha majoritária de Eduardo Leite (PSDB) e Gabriel Souza (MDB) vai contar com o importante suporte de dois prefeitos do Vale do Taquari. Além de Paulo Kohlrausch (MDB), de Santa Clara do Sul, que vai se licenciar por 60 dias do cargo de chefe do Executivo para acompanhar a corrida eleitoral, Elmar Schneider (PTB), gestor público de Estrela, também fará parte da coordenação.
O convite ocorreu na quarta-feira. Ele não pretende pedir licença da função. A ideia é coordenar a campanha aqui no Vale do Taquari. Aliás, ele já começou.
Votos, pressões e pedágios
O governo de Ranolfo Vieira Júnior (PSDB) esperou até os 45 minutos do segundo tempo para enfim anunciar o adiamento do famigerado leilão das rodovias estaduais. Fosse diferente, ou seja, tivesse o Estado decidido antes por algo que parecia tão óbvio e necessário, talvez não teríamos tantos desgastes internos e externos envolvendo o Vale do Taquari, uma região que seria duramente impactada com os altos valores das tarifas e o extenso prazo de algumas obras consideradas urgentes pelas comunidades.
Mas antes tarde do que mais tarde. O governo merece nosso reconhecimento pela suspensão temporária do edital, e merecerá ainda mais se resolver incluir algumas demandas já anunciadas pelos líderes regionais, e retirar alguns aspetos obscuros do polêmico edital.
Sobre as razões para o adiamento tardio, é possível citar a mobilização e pressão empresarial e política, e também o aconselhamento de novos (ou antigos) conselheiros. E, claro, faltam apenas 37 dias para o pleito. E isso também foi determinante para o recuo do Estado.
TIRO CURTO
• O governo de Lajeado publicou ontem no Diário Oficial a lei que institui “a obrigatoriedade de que todas as repartições públicas instaladas em imóveis locados pelo município cumpram todas as normas de acessibilidade”. Para adequação, um prazo de um ano.
• Antoninho Scottá, Governador do Rotary Distrital, estará em Lajeado na próxima segunda-feira. Diante do fato, o governo de Lajeado declarou-o “hóspede oficial do município”.
• Na câmara de Lajeado, boa parte dos ofícios assinados pelos vereadores e direcionados ao Executivo são de questões ligadas às filas para exames, consultas e afins.
• Ainda sobre a câmara lajeadense, o vereador Lorival Silveira (PP) sugere uma reunião entre parlamentares e direção do Hospital Bruno Born. Na pauta, o novo piso da enfermagem e as ameaças de “colapsos” nos hospitais.
• Também no plenário de Lajeado, Paula Thomas (PSDB) cobra da Corsan mais informações sobre a “ligação intradomiciliar e a posterior conexão à rede pública nos bairros Moinhos e Florestal”. Segundo o requerimento, há um ofício da Agergs “pedindo a abstenção de notificar, cobrar tarifa de coleta/tratamento de esgoto e de aplicar qualquer sanção aos usuários que residem em imóveis cujas instalações de esgoto estejam abaixo do nível da rede coletora”.
• Por fim, o vereador de Lajeado Marcos Scheffer (MDB) cobra a construção de um banheiro público na Praça Piraí, no bairro São Cristóvão.
• E o “voto de cabresto” em grandes fábricas e indústrias? Será que isso ainda existe no Vale do Taquari?