Qual o melhor esporte para as crianças?

Opinião

Rodrigo Rother

Rodrigo Rother

Professor na UNIVATES e no CEAT - @rodrigorother

Colunista Esportivo

Qual o melhor esporte para as crianças?

Lajeado

Eu costumo dizer que trabalho com performance humana. Busco crianças e adolescentes com talento para o voleibol, elaboro ações e crio um ambiente favorável para seu desenvolvimento na tentativa de levá-las a atingir patamares que, muitas vezes, nem imaginavam ser capazes de chegar. Algumas das “provas” disso são ex-atletas da Avates que podem ser vistas na televisão nos jogos da Superliga, outras nas Seleções Brasileiras de base ou até mesmo jogando em equipes dos EUA e Europa.

Na busca por novas atletas em potencial, orientei um estudo (com meu aluno Igor Francisco e que virou artigo publicado em uma revista científica) onde aplicamos testes de aptidão física em 73 crianças de 12 a 14 anos, de um município do Vale do Taquari. Em um segundo estudo (com meu aluno Jeferson Fontanive), repetimos os procedimentos em 97 crianças de outro município também aqui na região. Encontramos na primeira 2,19% e na segunda 2% das avaliações com algum tipo de desempenho motor ou característica física classificada como “excelente” para sua idade. Pode parecer pouco, mas é o valor normal para um público tão especial.

Mas olhando para o talento, o que me chamou a atenção não foi isso. Encontramos na primeira pesquisa 42,47% das crianças com “sobrepeso + obesas”, e na segunda 36% delas com valores classificados como de “saúde em risco”.

Muito além da busca pelo talento, o esporte é uma importante ferramenta na promoção da saúde, principalmente no público jovem. Também, os hábitos adquiridos na infância costumam ser levados para a vida. Não seria a prática esportiva a melhor ferramenta para mudar esse cenário alarmante? E outra: qual seria o melhor esporte para as crianças praticarem? Te respondo: aquele que ela preferir!

O prazer pela prática é fator determinante no engajamento. Proporcione para a criança a experimentação e descubra qual atividade ela mais gosta. Não se preocupe se é coletivo ou individual, se tem contato físico ou não, se precisa ser alto ou baixo, em um ginásio fechado ou em meio a natureza…. Experimente! Não gostou, tente outro. Faça vários. Seja ativo. O esporte tem um componente lúdico cativante. É divertido e desafiador. Não deixe seu filho entrar no grupo dos 40 e poucos por cento. A criança só vai se fidelizar ao esporte que gostar, que se identificar. Senão vira obrigação e é só questão de tempo para largar.

Agora, se você tem uma filha menina e já percebeu que ela faz parte dos 2% de excelência….me procure!


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