Principal prova off-road do Brasil e da América Latina, o Rally dos Sertões completa três décadas e torna-se também a maior prova da modalidade no mundo. Com largada no sábado, 27, percorrerá 7.216 quilômetros, passando por todas as regiões do país, no maior trajeto de sua história. Entre as milhares de pessoas envolvidas, uma representante do Vale do Taquari. Natural de Taquari, a jornalista e publicitária Aline Ben da Costa, 37, faz parte da equipe organizadora e trabalhará na imprensa do evento.
A largada ocorre no sábado em Foz do Iguaçu, no Paraná. Nos mais de 7 mil quilômetros, o Sertões passará por oito estados do Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e Norte. A chegada é na cidade Salinópolis, no Pará.
Depois de participar das edição de 2019 e 2020, esta será a terceira vez de Aline no Sertões. Mesmo que não faça parte da competição, considera o trabalho na organização tão desgastante quanto. Segundo ela, são dias exaustivos e que exigem cuidado e conhecimento do corpo. “Temos que administrar a força física e mental para chegar até o final. Começamos cedo, terminamos tarde, dormimos pouco e comemos quando dá, além de percorrermos muitos quilômetros por dia, é claro.”
O trabalho precisa ser concluído e os perrengues são diários. Aline sabe que precisará lidar com dificuldades de internet, temperaturas que variam do frio ao calor, além do barro e da correria do rally. “Qualquer deslize pode fazer a gente voltar para casa antes da hora”, diz.
Desafios e prazeres do rally
Na “Imprensa dos Sertões”, terá atuação nas pautas sociais, culturais, turísticas e ambientais. “O objetivo é divulgar as ações nessas áreas. O Sertões é mais que um rally, promove atendimento médico gratuito nas cidades em que passa, tem concursos de artes e redação com alunos de escolas, além de ações ambientais e até de culinária”, destaca.
Ela acredita que a preparação para o evento não vem de agora, e sim de uma vida inteira. “Tudo que eu fiz até hoje me preparou para este momento. Faço preparo físico há anos para aguentar o ritmo de cobertura do rally, além de acompanhamento com nutricionista e fisioterapeuta, tudo para sentir o menos desgaste possível. Para o meu trabalho, também é preciso conhecer todos os aspectos que envolvem o Sertões, para isso foi preciso muita leitura e consumo de conteúdo em diversas plataformas.”
Para ela, o mais satisfatório em fazer parte de um evento desta magnitude é poder atravessar e conhecer o Brasil. “Esse país gigante que o próprio brasileiro não conhece”, enfatiza. “Encontramos uma pobreza que não somos acostumados a ver, mas também conhecemos brasileiros guerreiros, com brilho no olho e um coração enorme”, complementa.
Única gaúcha na organização
Aline é a única gaúcha envolvida na organização. Para ela, a mistura de sotaques e culturas é uma das melhores coisas do evento. “O meu “bah” chama a atenção nas reuniões da equipe. É uma construção que envolve pessoas muito diferentes e me sinto orgulhosa por poder representar o nosso estado”, diz.
Com experiência no evento, a taquariense sabe o que não pode faltar na mala na hora de embarcar para a aventura. “Filtro solar, e com fator alto, com certeza”, brinca. Para esta edição, reservou um espaço especial para a bandeira do Rio Grande do Sul. “Vou levar junto para representar o meu estado e ajudar a mostrar que o Sertões é do Brasil inteiro.”
Sertões em números
- 15 dias de rally
- + de 7.2 mil km
- 8 estados
- 5 regiões
- 184 veículos inscritos
- 55 equipes, de 18 estados
- 308 competidores
Em 29 edições:
- 184.000 km rodados
- 131 cidades contempladas
- 18 estados atravessados
- 2.374 competidores
- Competidores de 27 países
