A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira, 17 a Operação Lottus, com objetivo desarticular organização criminosa especializada em despachar drogas trazidas do Paraguai por meio do lago de Itaipu para diversos estados. O grupo de Cascavel/PR concentrava as remessas em Lajeado.
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A suspeita é de que os criminosos se valiam de um advogado com conhecimento em contabilidade para abertura de empresas fictícias em nome de outros traficantes. A partir disso, eram emitidas notas fiscais de venda de produtos naturais para dissimular a remessa de drogas através de transportadoras de Cascavel.
O esquema ocorria pelo menos desde 2020. A atividade envolvia, além das empresas a criação de logomarcas, uniformes e plotagem de veículos e embalagens para simular a efetiva remessa dos produtos naturais sem chamar atenção das transportadoras. O líder do esquema, que tinha o advogado como seu braço direito nas atividades intelectuais e financeiras, se utilizava de pelo menos quatro empresas de fachada para lavar dinheiro.
Foram identificadas empresas de lavagem de veículos na região central da cidade, loja de roupas, além de autocenter e loja de móveis. Conforme a PF, as medidas cautelares cumpridas nesta quarta-feira, 17, poderão revelar as quantidades efetivas de drogas movimentadas pelo grupo.
Para promover o transporte e o despacho da droga, os líderes do grupo cooptavam preferencialmente mulheres com filhos menores, visando garantir que a soltura, em caso de prisão, fosse mais rápida. Além do tráfico de drogas, o grupo também é suspeito de tentativa de homicídio ocorrida em Matelândia/PR no mês de fevereiro deste ano.
Na ocasião, dois dos investigados planejaram e executaram a ação, enquanto outro membro fornecia os endereços atualizados da vítima, a partir de consulta em sistemas oficiais da justiça.
Foram mobilizados aproximadamente 70 Policiais Federais para o cumprimento de 14 mandados judiciais nas cidades de Cascavel e Toledo, no oeste do Paraná, e em um resort na praia de Porto de Galinhas, litoral pernambucano, onde estava hospedado de férias um dos membros da organização criminosa.
Além dos mandados de busca e apreensão, a Justiça Federal determinou a prisão preventiva dos sete principais membros do grupo e o sequestro de automóveis, imóveis e contas bancárias dos investigados e de laranjas. Os mandados foram expedidos pela Justiça Federal de Cascavel/PR.
Os envolvidos devem responder pelos crimes de tráfico transnacional de entorpecentes, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
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