Não gosto de usar o termo vexame para eliminações. Acho que o uso dele nos faz esquecer que existe um adversário do outro lado. Ninguém é eliminado sozinho. Prefiro o termo frustração. A eliminação do Internacional para o Melgar foi frustrante.
Assim como a eliminação para o Globo. A goleada para o Grêmio em pleno Beira-Rio no Gauchão. As eliminações para Olímpia e Boca Juniors em Libertadores recentes. O famoso jogo contra o Corinthians onde faltou um gol para ser campeão brasileiro. Até o vice-campeonato gaúcho para o Novo Hamburgo, em 2017, símbolo do início da derrocada recente.
Você lembra qual foi o último título conquistado pelo Inter? Tente recordar. Já se vão seis anos e o técnico que guardou a última taça na sala de troféus do Beira-Rio é talvez o principal responsável pelo início da deterioração do clube.
O último título do Internacional é o Campeonato Gaúcho de 2016. O comandante? Argel Fucks. Ok, teve a Recopa Gaúcha de 2017, mas o título sobre o Ypiranga não entra nessa conta pelo caráter regional e de jogo único. O mesmo Argel iniciou a campanha do rebaixamento no mesmo ano.
Desde 2016 o Internacional tem sido o clube da frustração. Passam jogadores, passam técnicos. Bons ou ruins. E o resultado é o mesmo. Eliminações e eliminações. Algumas com o time jogando bem, outras com o time jogando mal. Não importa a forma. O resultado é o mesmo.
43 mil torcedores estiveram no Beira-Rio na quinta-feira. Todos acreditavam no Inter. Mesmo sabendo que o Colorado tem sido sinônimo de frustração. O torcedor acredita. Confia. Tenta buscar racionalidade no fato de um bicampeão da Libertadores enfrentar um pequeno clube do Peru. O Inter não seria eliminado pelo Melgar. Não depois de cair para o Globo na Copa do Brasil. E foi.
Lembre disso na próxima vez que acreditar no Colorado. Até que ganhe um título e quebre o tabu, o Inter será o clube que frustrará o torcedor.
Edenilson e a personificação da derrota
O futebol vive de ciclos. Faz alguns anos que o torcedor colorado pedia a renovação do elenco. Depois de muito pestanejar a direção iniciou uma reforma. Saíram Lomba, Uendel, Cuesta, Dourado, Lindoso, Patrick e outros tantos. Restou Edenilson. Depois do jogo de quinta-feira, acho que o seu tempo também já passou.
Por mais que seja um jogador muito bom, no Inter Edenilson carrega um fardo que não lhe cabe. Ele é apontado como um diferencial técnico, um ator principal, quando não passa de um coadjuvante. Um bom coadjuvante, é verdade, mas ainda um complemento. E complementos podem ser trocados.