A humilhação dos enfermeiros x STF, deputados e senadores

Opinião

Fernando Weiss

Fernando Weiss

Diretor editorial e de produtos

Coluna aborda política e cotidiano sob um olhar crítico e abrangente

A humilhação dos enfermeiros x STF, deputados e senadores

Nova lei, votada na semana passada, estabelece que as instituições que abrigam enfermeiros e técnicos em enfermagem, paguem o piso salarial – R$ 4,7 mil e R$ 3,3 mil respectivamente – a estes profissionais.

Convenhamos, não se trata de nenhum absurdo para essa classe de trabalhadores tão vital para o serviço de saúde, seja nos hospitais, nas clínicas ou nos postos de saúde.

Pois bem, no momento da aprovação do projeto que exige o pagamento do piso, iniciou-se intensa mobilização por parte de quem precisa bancar esta conta, no sentido de derrubar a lei e/ou buscar auxílio do governo para dividir o custo. Levantamento aqui na região mostra que o impacto passa de R$ 30 milhões no ano.

Nas casas de saúde, o acréscimo na folha salarial será de R$ 25 milhões, enquanto nas prefeituras, o aumento anual será de R$ 6,8 milhões.

Em síntese, os profissionais comemoram e os empregadores contestam. Os dois lados estão certos. Quem ganha está feliz. Quem paga, reclama. Mas minha análise aqui, vai além.

Leio nos últimos dias, que o Supremo Tribunal Federal apresentou proposta de aumento de 18% no salário dos ministros e todos os magistrados da Justiça Federal. O vencimento atual dos integrantes da corte passará de R$ 39,3 mil para R$ 46,3 mil. Só o aumento é quase o dobro do que é o piso dos enfermeiros.

Leio na mesma imprensa nacional, que os deputados e senadores estudam – para depois das eleições – apresentar proposta de aumento salarial para os dois cargos. Algo na casa dos 9%. “É a metade do que se concede o STF”, tentam justificar os integrantes do Legislativo.

As duas decisões, tanto do STF quanto dos deputados e senadores são contraproducentes. Ridículas. Absurdas. Ignoram o impacto da inflação e o drama de cada brasileiro e brasileira assalariada – ou nem isso – para conseguir colocar pão na mesa todos os dias.

Entra pandemia, sai pandemia, e a estupidez e a arrogância de nossos representantes que deveriam dar e servir de exemplo, só aumenta. Enquanto isso, enfermeiros e técnicos de enfermagem precisam passar por uma verdadeira humilhação para conseguir o mínimo: o piso.


Livro inédito sobre o Vale do Taquari

A Expovale e Construmóbil 2022, será palco do lançamento do livro inédito sobre o Vale do Taquari. O Grupo A Hora, com apoio da Amturvales e de 42 municípios que compõem a nossa região, edita uma publicação bilíngue com cerca de 300 páginas. Será a 1ª edição de um livro capaz de servir como documento oficial da região e divulgar o Vale nos mais diferentes recantos do planeta.

Crédito: Divulgação

O lançamento se dará em evento especial dentro da Expovale, no primeiro fim de semana da feira.
Um trabalho de curadoria editorial e de refino acabamento gráfico está em curso e culmina com a publicação do livro no mês de novembro. Ao passo que a região se prospecta cada vez mais no âmbito do turismo, ter materiais arrojados e atraentes é fundamental para consolidarmos o nosso projeto de atração de turistas e de investidores.

Ah, além do livro físico, um vídeo especial, também bilíngüe, com imagens e ângulos igualmente inéditos, acompanha a publicação. “Vender” mais e melhor a nossa região é tarefa coletiva.


Expectativa

O governador Ranolfo Vieira Júnior deve estar de volta ao Vale do Taquari nos próximos dias. Desta vez, para dar o pontapé inicial das obras de construção da ciclovia intermunicial, desde Estrela a Imigrante, passando por Colinas. Trata-se de uma obra que há pouco tempo estava apenas no desejo regional e que agora sai do papel.


Outra expectativa

Um grupo de empresários liderados pelo Codevat finalizou a consulta pública sobre o projeto das concessões de rodovias estaduais proposto pelo governo gaúcho. Dos 3.720 votos validados, 69 foram a favor do edital, o que representa 1,9%. Os demais 3.651 votos foram contrários ao edital e pedem a retirada do mesmo, o que representa 98,1% dos votos.

Se o resultado da consulta pública é o suficiente para convencer o Estado a retirar o edital da pauta, não sabemos. O que fica nítido é que a classe produtiva – e a principal e única pagadora dos pedágios – está muito insatisfeita com o projeto apresentado pelo governo gaúcho. Bem que poderia deixar este tema para o próximo governo, que já assumira em janeiro.


MAIS UM

É incrível. A lista de candidatos a deputado pelo Vale do Taquari aumentou de novo essa semana. André Vilane, do PL de Arroio do Meio, é mais uma daquelas candidaturas para fazer número. Só surgiu para preencher a nominata do partido.

Não há nenhuma convicção ou estratégia para que ele venha a ser eleito. Reitero: são candidaturas para fazer número e se chocam com a estratégia regional e a necessidade imprescindível de elegermos deputados com domicílio eleitoral aqui na região.

Agora, o Vale já tem 17 candidatos a deputado estadual e outros 6 para federal. Uma boa parte desses é só para testar popularidade, medir aceitação no município e atender aos interesses dos caciques do partido. É o que temos.


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