A Associação Comercial e Industrial de Lajeado (Acil) não é fascista, anti-democrática ou o escambau, como muitos afoitos têm vociferado nas redes sociais. Vamos com calma. A entidade completou 100 anos em 2021. E são incontáveis as conquistas e ações realizadas em prol do coletivo lajeadense (e até regional).
A Acil tem um papel fundamental no desenvolvimento da cidade, cujos índices de desenvolvimento social e econômico estão acima da média estadual e nacional. Mas, e isso precisa ser dito, o rico histórico exige ponderação. E o mal-estar gerado com as restrições aos políticos de Esquerda não condiz com tal exigência.
Os atuais diretores da associação também não são fascistas ou anti-democráticos, como também foi dito nas indecentes redes sociais. Mais uma vez, vamos com calma. A decisão de limitar os convites para as reuniões-almoço aos candidatos “alinhados com a Acil” não é criminosa. Longe disso. Da mesma forma, é injusto tratar os políticos mais inclinados à Esquerda como inimigos ou até mesmo criminosos.
Ora, não podemos confundir ideologia com caráter. Logo, excluir de um ambiente de debate empresarial quem pensa diferente é um ato pequeno, quase medroso, e que em nada condiz com a grandeza da entidade.
Prova disto é a posição da Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul, a nossa estimada Federasul (da qual a própria Acil e outras associações comerciais do Vale do Taquari são filiadas), que ontem realizou um instigante painel com os principais candidatos ao governo do Estado.
Lá estavam, lado a lado, os agentes da Direita, da Esquerda, e do dito Centro. PT, PSDB, Novo, PDT, PSB, PL e PP estavam devidamente representados. O mesmo bom exemplo é verificado na Federação das Indústrias de São Paulo, a Fiesp. Em ambos os casos, as portas foram abertas ao contraditório, e os empresários evitaram alimentar uma desnecessária bolha.
Por fim, é preciso virar uma página obscura da política nacional. O processo de criminalização de todo e qualquer agente público ligado à Esquerda precisa ficar no passado. Insistir neste discurso superficial é alimentar uma ignorância nada sadia para o bem estar de todos. Ideologia e caráter não andam juntos, eu reforço, e isso vale para ambos os lados.
Pensar diferente é o que nos trouxe até os dias atuais e garante um desenvolvimento sustentável e justo. Foi assim que a própria Acil galgou a sua história: com respeito e ponderação. Por sorte, ainda há tempo para a direção rever a escolha e reabrir as portas da entidade à democracia.
MP, TCE e os Controles Internos
O Ministério Público da Comarca de Lajeado inicia acompanhamento de políticas públicas para verificar, entre outras questões, os fluxos de informações e eventuais sobreposições de atuação institucional dentro das Unidades de Controle Interno das prefeituras. O trabalho ocorre em conjunto com o Tribunal de Contas do Estado.
Patrimônio dos candidato$
O site Divulgacand ainda recebe dados dos candidatos aptos ao pleito de outubro. Os representantes do Vale do Taquari também iniciam a prestação prévia de contas. E determinados dados já chamam a atenção. Por aqui, alguns postulantes a cargo público ainda não declararam qualquer item no link destinado à Lista de Bens. No caso, o patrimônio.
TIRO CURTO
• Candidato a deputado estadual pelo Partido Novo, Douglas Sandri usou as redes sociais para defender a posição da Acil de não dar voz aos candidatos ao governo ligado à Esquerda. Para tal, ele comparou a centenária associação comercial com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). “Nunca vi os sindicatos e o MST chamarem quem é de Direita para falar”, opinou.
• Candidato a deputado estadual pelo PDT, José Scorsatto escolheu o mesmo número (para constar na urna) utilizado em 2014 e 2018 pelo ex-pedetista e ex-petebista, Enio Bacci (União Brasil).
• Ex-reitor da UFPEL e figura de destaque durante a pandemia, Pedro Hallal se filiou ao PT.
• Vereador e pediatra em Lajeado, Sérgio Kniphoff (PT) passa a atender, três vezes por semana, aos associados do SindiComerciários do Vale do Taquari.
• Suplente de vereador em Lajeado, Ricardo Ewald (PT) encaminhou ofício para a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, e solicitou o número de atendimentos por telefone na unidade do Tudo Fácil do Shopping Lajeado. O secretário André Bücker respondeu que “em nenhuma das unidades do Tudo Fácil instaladas no Estado há o atendimento via telefone”.
• Também na câmara de Lajeado, Ana da Apama (MDB) sugere ao Executivo a instalação de “balanços gigantes” – ou “balanços Instagramáveis”, segundo o Requerimento – em pontos turísticos da cidade.
• Em Teutônia, o vereador Evandro Biondo (MDB) sugere a atualização do mapa de trânsito do município, em função do aumento recente no número de vias urbanas.
• Também em Teutônia, o vereador Valdir Griebeler (PSDB) sugere a disponibilização de um mecanismo que possibilite a comunicação do contribuinte com o poder público por meio do aplicativo WhatsApp.
• Nunca é demais lembrar. E todo aquele barulho após a viagem do vereador Claudiomir de Souza (PSL) a Brasília, em 2021? O denunciante, Diego Tenn Pass (PDT), contratou uma perícia para avaliar os comprovantes de gastos do colega na capital federal. E o resultado foi de suposta fraude. Desde então, porém, o caso repousa em “banho-maria”.
• O Executivo de Arroio do Meio pede autorização à Câmara para destinar R$ 40 mil à realização da segunda edição da importante Feira Imobiliária, de Construção Civil e Serviços (Imove), que ocorre entre os dias 8 e 11 de setembro.
• Ainda sobre a câmara Arroio do Meio, o vereador Cesar Kortz (MDB) pede atenção à Casa Histórica na Escola Getúlio Vargas.
• O relatório jurídico da Câmara de Encantado sobre o projeto da Lei do Executivo sobre a Lei de Liberdade Econômica foi muito além do parecer pela legalidade. No texto assinado pelo advogado Daniel Angelo Passaia nota-se, inclusive, uma ampla e convicta defesa da referida proposta. E isso chamou a atenção.