Na manhã cálida de um dezembro imaginário, o ar quente da cidade de Lajeado é cortado pelo intenso barulho de uma aeronave da Força Aérea Brasileira, possivelmente um Eurocopter EC 725, usado para combate e transporte de autoridades. Após sobrevoar a área central, o helicóptero pousa no alto de um dos prédios mais imponentes da região.
Pelas escadas do vultoso equipamento aéreo, apoiado por secretários e seguranças, desce a popular figura do Papa. Dezoito andares abaixo, as ruas apinham-se de pessoas. Jovens, idosos, crianças, pessoas de todas as idades e de cidades próximas se aglomeram para ver Sua Santidade. Seu destino: o Cristo Protetor do Vale do Taquari.
A cena é fictícia, mas a probabilidade de se realizar não é algo desprezível. Se refletirmos bem, quem poderia pensar, há quatro anos, que o Vale estaria hoje tão fortemente representado em feiras de turismo Brasil afora e com tamanha visibilidade, inclusive no exterior.
Junto ao Cristo, já vislumbramos empreendimentos e projetos de alto padrão e consciência sustentável. O desenho que se vê é o da perspectiva de profundas mudanças na conjuntura socioeconômica das localidades que se imbuírem dessa prerrogativa.
Em cada canto do Vale, o patrimônio material e imaterial vem ganhando ares de celebridade. Casarões, igrejas e capitéis, pontes e túneis, quintais que viram wine gardens, famílias que preparam receitas antepassadas e transformam simples refeições em produtos potenciais da gastronomia da colônia.
Não se trata de bairrismo, ilusão, nem de creditar milagres à escultura do Protetor, inclusive porque sobre as projeções incide também um trabalho de incansáveis atores, voluntários e empreendedores, que há muito se dedicam a lastrear o Vale do Taquari com sua cultura, belezas naturais e bons eventos.
Somam-se a isso pesquisas como a do IBGE, que aponta o RS como segundo estado brasileiro mais visitado por estrangeiros em 2021, ficando atrás apenas de São Paulo. Ou ainda, dados do Ministério do Turismo sinalizando crescimento de 104,5% nas atividades econômicas do setor em solo gaúcho.
Precisamos, sim, olhar para isso com olhos de quem busca respostas, de quem quer descobrir alternativas e novas oportunidades. Para tanto, a inspirada fala de Henrique Kuhn, diretor da Dale Carnegie, durante 1ª Convenção do Grupo A Hora, pode contribuir para nossos avanços. A sugestão é desabilitar os filtros para perceber melhor o que acontece ao nosso redor. É gatilho para quem anda tão obcecado por seus afazeres que faz tudo no automático.
Te pergunto: “Qual sua estratégia para hoje?”. Para onde pretende ir e, quando chegar lá, o que espera fazer? Há aproximadamente 2.500 anos, Sun Tzu escrevia o livro A Arte da Guerra e ali já sugeria o uso de uma matriz swot como ferramenta de trabalho: “concentre-se nos pontos fortes, reconheça as fraquezas, agarre as oportunidades e proteja-se contra as ameaças”, dizia o mestre.
Sugiro, então, desabilitar os filtros que te retêm junto a antigas práticas, a hábitos sem bons resultados e partir para novas experiências. Afinal, não é todo dia que o Papa vem aqui. Quando ele vier, muita gente vai ganhar com isso. E você?
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