Integrante do elenco vice-campeão da Copa RS Sub-19 com o Lajeadense em 2017, o lateral-direito Wellinton Felipe Nunes, o “Mano”, era apontado uma das principais promessas do clube ao lado de Dadalt, Padu e Ariel, todos companheiros de conquista.
No entanto, o convívio com lesões e frustrações o fizeram se aposentar aos 24 anos. Após deixar o cenário profissional, trabalha como coordenador de esportes de Paverama e acumula sucesso nos campos e quadras amadoras.
O futebol sempre esteve presente na vida de Mano. Desde criança acompanhava o pai nas organizações de eventos esportivos de Paverama e era frequentador assíduo do Estádio Olímpico. De 2000 a 2005 perdeu poucos jogos do Grêmio.
Com 7 anos, iniciou na escolinha de futebol de Paverama. Com 10, foi para a AERC Juventus, de Teutônia. Na base ainda passou pelo EC Encantado, de Encantado, e Atlântico, de Erechim, até chegar ao Lajeadense.
Na equipe integrou o elenco vice-campeão da Copa RS Sub-19. Além disso, fez parte da Seleção Gaúcha Sub-20, campeão da Copa Nacional de Seleções Estaduais, em 2017. Antes de se profissionalizar, passou por avaliações no Grêmio, Inter e Figueirense, todas sem sucesso.
Da ascensão à aposentadoria precoce
A partida de estreia no profissional foi marcante, mas não positiva. No dia 5 de março de 2017, o Lajeadense perdeu para o Glória por 1 a 0, em Vacaria, na abertura da Divisão de Acesso. “Foi um momento inesquecível, era a realização de um sonho”, lembra.
Depois do Lajeadense, atuou ainda pelo Camboriú, de Santa Catarina, e União Frederiquense, até retornar para Lajeado e encerrar a carreira no fim da temporada passada.
Em quase cinco anos de carreira, disputou 50 partidas. A que não sai da cabeça foi nas quartas de final da Divisão de Acesso de 2017, em Pelotas, quando o Lajeadense avançou para a semifinal da competição. “A festa que a torcida do Pelotas fez foi incrível, algo que nunca tinha visto”, considera.
Mano lamenta que algumas lesões atrapalharam no seguimento da carreira. Em duas ocasiões ficou fora dos campos por quase cinco meses. “Isso me deixava infeliz, insatisfeito comigo mesmo e me desmotivava a continuar”, pondera.
No fim de 2021, optou em encerrar a carreira pois não se via mais como atleta profissional. Além das constantes lesões, a frustração consigo fez com que desse um fim na carreira de forma precoce.
“Vivi de forma intensa meus anos como profissional e aproveitei bastante. Dói encerrar um sonho assim, mas foi melhor para mim e minha família.”
Após parar, recebeu convites para jogar nesta temporada, um deles do próprio Lajeadense. “Estou de consciência limpa, fiz o possível para seguir jogando, porém meu ciclo no profissional encerrou”, enfatiza.
Mano destaca que é difícil ser jogador profissional no interior, muito por causa do calendário, pois muitos clubes atuam em no máximo seis meses no ano. “Isso para o atleta é muito complicado, pois toda hora tem que buscar um emprego novo. Com contato e empresário já é difícil, imagina sem, isso sem dúvida faz muita diferença para todos.”
Novos planos
Coordenador de esportes do município de Paverama, é o responsável pelo retorno de competições importantes como o Municipal de Futsal, que teve ontem à noite a terceira rodada. Diz ainda não saber o que fará depois que deixar o setor público, mas pensa em algo para auxiliar pessoas. “Já pensei em seguir no esporte, criar formas de integrar crianças e incentivar elas a praticar atividades físicas.”
Sucesso no amador
Além dos compromissos na cidade, se dedica ao futebol amador. Neste primeiro semestre foi eleito o craque da Copa Transcitrus de Futsal e também está jogando o Municipal de Teutônia com o Canabarrense. Para ele, o futebol profissional o ajudou nas tomadas de decisões dentro de campo.