Mais importante do que saber bater é saber cair

Opinião

Filipe Faleiro

Filipe Faleiro

Jornalista

Mais importante do que saber bater é saber cair

A frase do inigualável Mestre Tatu Bolinha, um grande pequeno capoeirista, ex-integrante do grupo Preto Rico de Oxóssi, serve para muitos contextos da vida. No treino, era para ensinar a não se machucar na queda. O esportista, conhecido por poucos e respeitado por ninguém, tinha entre suas facetas uma cordialidade típica de pessoas muito espiritualizadas.

Lições singelas, como o título dessa coluna, foram marcas deixadas para os mais de sete alunos que teve ao longo da sua trajetória. Tenho de admitir, desconheço o paradeiro do Mestre. Na verdade, nem sei se era Mestre. Ainda assim, saber cair, levantar e seguir adiante significa ter consciência de que nossos erros não nos definem. Eles ajudam a nos tornar melhores, desde que estejamos abertos para reconhecer os deslizes, de pensar e aprender com eles.

Crédito: Divulgação

Assim como as conquistas são efêmeras, passageiras e enganadoras, os tombos não podem perdurar por mais tempo do que o necessário. De fato, tanto um quanto o outro são episódios semelhantes. A diferença está no que fazemos diante do antagonismo dessas posições.

Se na vitória nos embriagamos com o sentimento de autossuficiência, nos colocamos em um pódio egocêntrico de que nada nos atinge, seremos arrasados pelas tempestades dos nossos equívocos e o baque terá proporção de nos cegar para o que importa na vida: o aprendizado.

 


Ninguém nasce sabendo

Valorizar o professor e ter como objetivo de vida o conhecimento parece um ótimo discurso. Pena que para muitos fica nisso mesmo. A relação da sociedade com o ensino precisa ser revista. Todos nós sabemos do poder transformador das experiências educacionais, então por que temos pouco apreço pelos mestres?

Dentro das famílias, encorajamos nossos filhos para serem professores? Vemos esse ofício, tão nobre e relevante, como uma carreira profissional? Ou ainda estamos presos aos paradigmas do passado, de que estar à frente de uma sala de aula requer um “dom”? Como se aquele responsável por guiar o outro para a trilha do conhecimento fosse escolhido por uma força divina?

Essa ideia me incomoda. É como se todo o esforço de determinada pessoa fosse reduzido a algo sobrenatural. Vamos lá, temos condições de nos desenvolver, uns mais, outros menos, talvez em uma área ou alguma atividade específica. Mas, isso se chama aptidão e não dom. Conseguir reconhecimento, sucesso profissional, conquistas materiais e pessoais dependem de muito suor, sangue e lágrimas. Nada cai do céu e ninguém nasce sabendo.


Procuram-se professores

Isso é sério. Desencorajamos as novas gerações quando nos concentramos nos problemas pontuais como se fossem a regra geral. Olhamos de fora, criamos uma imagem de que há uma falência estrutural nas escolas e da profissão.

O resultado está aí, menos de 3% dos alunos do Ensino Médio gostariam de seguir como professores. O levantamento não é de agora. Foi feito pelo Ministério da Educação pelos idos de 2016. Se fosse atualizar, creio que hoje esse percentual seria ainda menor. Vamos voltar um pouco e analisar a importância desses profissionais na nossa vida. Inclusive o PENSE (Programa do Ensino e da Educação) trouxe essa temática.

Duas docentes da Univates, com vasta experiência, e dois jovens formandos debateram sobre o significado de ser professor, a carreira e as oportunidades. Agradecimento à coordenadora dos cursos de Pedagogia e Letras, Grasiela Bublitz, à professora e auxiliar da coordenadoria do curso de Pedagogia, Fabiane Olegário, e aos acadêmicos Bruno Dell’Osbel e Camila Gräff.

Perdeu o programa dessa terça? Vai lá e confere, estamos em imagens no Youtube, no Facebook e também em podcast no Spotify. Basta pesquisar por Programa PENSE, da Rádio A Hora 102.9.

Crédito: Filipe Faleiro


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