“AS Pneus surgiu para ficar, e não para fechar no dia seguinte”

O Meu Negócio

“AS Pneus surgiu para ficar, e não para fechar no dia seguinte”

Empresa familiar se consolida como uma das principais do ramo na região. Com e-commerce fortalecido, hoje atende clientes de todo o país. Trajetória foi abordada no programa “O Meu Negócio”

“AS Pneus surgiu para ficar, e não para fechar no dia seguinte”
Passado, presente e futuro: fundador da empresa, filho e neto participaram de entrevista nesta semana. Crédito: Mateus Souza
Lajeado

De um pequeno negócio numa casinha de madeira a uma empresa referência na região em seu ramo de atuação e que hoje atende clientes de todo o país. A AS Pneus rompeu fronteiras nos últimos anos e agora se prepara ao futuro. Inovação é uma palavra-chave para o empreendimento localizado no bairro Florestal se destacar.

A trajetória foi abordada durante “O Meu Negócio”, programa multiplataforma do Grupo A Hora apresentado por Rogério Wink. Os entrevistados representavam passado, presente e futuro: o fundador Ari Barckert, o filho e atual responsável pelo negócio, Juliano, e o neto Leonardo, que já atua no dia a dia da empresa.

Já aposentado, Ari não tem o mesmo envolvimento no cotidiano da AS Pneus, mas não deixa de opinar sobre o negócio. Nascido em Sério, esteve em Lajeado pela primeira vez aos 17 anos, quando se alistou no Exército Brasileiro. Após a experiência militar em Bagé, retornou ao Vale do Taquari e iniciou sua jornada profissional como empreendedor.

Barckert foi sócio da CiaBike, empresa do irmão, e depois trabalhou com construção civil. Porém, atuava sozinho e precisava de um comércio mais rentável. Foi aí que surgiu a oportunidade de abrir a AS Pneus. De cara, contou com a ajuda de Juliano, então com 14 anos. Aos poucos, a empresa cresceu e alcançou um patamar importante na região.

A AS Pneus foi o único emprego de Juliano. Desde cedo no negócio, buscou formação em Administração, pela Univates, e agregou a teoria à prática. Hoje, comanda a empresa e prepara o filho Leonardo para a sucessão. O jovem, que estuda no Colégio Gustavo Adolfo, tem atuação mais direcionada às redes sociais e ao e-commerce.


Entrevista – Ari Barckert e Juliano Barckert

“O pai nunca nos incentivou a trabalhar na empresa. Foi algo automático”

Rogério Wink: Como nasceu a AS Pneus?

Ari Barckert: Eu era sócio da CiaBike, do meu irmão. Depois, comecei a mexer com construção, mas sozinho era difícil. Aí apareceu um pontinho comercial para trabalhar com pneus. Pela minha visão de negócio, a cidade cresceria em direção ao Florestal.

Aí iniciei o negócio, numa casinha de madeira. A primeira sede era próxima do Sicredi do Florestal. Eramos o último da fila, o mais pequeninho de Lajeado. Mas a AS Pneus surgiu para ficar, e não para fechar no dia seguinte. Tinha certeza que daria certo. Se aparecia uma máquina melhor, nós íamos lá comprar.

Wink: Juliano, quais aprendizados e valores que tu obteve dele?

Juliano Barckert: O pai nunca nos incentivou a trabalhar na empresa. Foi algo automático, ao perceber as necessidades e dificuldades. Eu estudava meio turno e trabalhava no outro. Comecei devagar e fui pegando o jeito. Entendi que o negócio dava certo e, com o passar do tempo, fomos inovando.

Wink: O que mudou daquela época para agora?

Juliano: O pai pegou muito aquele tempo de negociação com o cliente. Hoje em dia, isso mudou um pouco. Tem mais processos. Se o cliente vem com o celular na mão, sabe o preço que o produto está no país inteiro. Nós pegamos a vontade de crescer e evoluímos para uma parte mais tecnológica. No RS, somos líderes em inovação.

Wink: Como foi a mudança de endereço para a Barão de Cerro Largo?

Juliano: Nós estávamos em espaços alugados. Crescemos muito e chegamos ao ponto de pagar quatro aluguéis. Na época, havia estacionamento na avenida, mas o governo iria tirar para permitir o alargamento. E o que aconteceu? Surgiu um terreno próximo. Nós nem planejávamos uma mudança, e o pai já tinha parado. Mas nos grudamos e compramos a área. Hoje temos um prédio bem maior, e fugimos do aluguel, pois pagávamos um valor por algo que não era teu.

Wink: Quais são os principais serviços que vocês oferecem na empresa?

Juliano: Nós fizemos tudo dentro da empresa. Nós abraçamos todos os serviços que envolvem pneus, como a pintura de roda, o conserto, a parte de suspensão. O cliente não precisa ir em outro lugar depois. Hoje, só o pneu não dá dinheiro. Tem que agregar mais serviços para pagar toda a operação.

Wink: Hoje, vocês tem uma credenciada na Benjamin. Como é este trabalho?

Juliano: É a Dunlop. Há quatro anos que é dela. Antes, era DPaschoal. Mas ela não conseguia atender todo o Brasil, apenas em alguns locais. Aí deixou de nos atender e decidimos trocar para outra, que é uma marca nacional. Começaram a investir no Brasil e hoje tem uma fábrica em Curitiba.

Wink: Como foi a estruturação do time da AS Pneus?

Ari: Sempre disse para meus funcionários: se o cara chegou, começou a trabalhar e tem vontade, fica. Nenhuma firma admite um funcionário para não ficar com ele. E dizia: o pagamento vai estar rigorosamente em dia, mas vocês tem 30 dias para não falhar comigo. Eu não vou falhar.

Juliano: Temos um time bem legal. Claro, não conseguimos achar um profissional que sabe tudo. Trabalhamos muito ensinando as pessoas. Gostamos de pegar gente mais nova, que gosta de aprender. Hoje, o pessoal que está há mais tempo com nós começaram do zero e aprenderam juntos.

Wink: Qual a importância da venda digital hoje?

Juliano: Primeiro botamos o site para ser um cartão de visitas à nossa empresa. Há tempos atrás, começou a virar um e-commerce e isso nos ampliou fronteiras. Uma coisa é atender Lajeado e região. Outra, é atender o Brasil inteiro. Vendemos para praticamente todos os estados do Brasil. Hoje, o nosso e-commerce está um pouco abaixo do faturamento da nossa filial. É algo significativo. Já está como uma outra empresa.

Wink: Qual o grande segredo da AS Pneus, que faz com que prospere?

Ari: Trabalho, seriedade e honestidade. Transparência em tudo. Se tu faz tudo certo, as coisas vêm. Quando estava na ativa, nunca deixava para amanhã o que podia fazer hoje.


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