Enquanto os torcedores deixavam as arquibancadas da Arena Alviazul, no domingo, dirigentes e apoiadores – todos voluntários – seguiam sua lida em campo e fora dele para acalmar ânimos e concluir mais uma etapa desta desafiadora missão que é fazer futebol profissional no interior.
Neste fluxo de vai e vem – entre a chegada e a partida – expectativa e frustração se alternaram em minutos. Faz parte do jogo, literalmente.
Aqui não cabe analisar performance de jogadores ou de arbitragem, isso deixo para os mais entendidos do esporte. Minha abordagem tenta ser pragmática, apesar de ser difícil dissociar-se da emoção.
Para mim, como admirador do bom futebol, o Dense deu um salto nos últimos dois anos. Jamais, o resultado de domingo deve sentenciar qualquer julgamento acerca dos atletas e, principalmente, dos voluntários do clube. É um começo de uma “volta por cima”.
Penso que o Alviazul vive um novo ciclo, um recomeço virtuoso – que sim, teve uma trancadinha e boa dose de lição no domingo. Entretanto, antes de subir para a elite do futebol gaúcho – com reais chances de competir entre os melhores –, tem de evoluir.
Pensando bem, seria um salto daqueles subir tão rápido em meio às adversidades recentes e atuais. E, talvez a frustração de cair fácil, novamente, seria pior do que não subir.
Então, o Alviazul tem etapas a trilhar antes de consolidar-se como equipe viável à principal competição estadual, dentro e fora do gramado. Direção e apoiadores sabem e trabalham nisso, faz tempo. “O sentimento nunca acaba”, foi a demonstração do público recorde no domingo.
Embora frustrada e triste, a torcida aplaudiu os jogadores após o jogo. Mostrou resiliência e reconhecimento ao esforço de todos. Foram aplausos com gosto de “quero mais”.
Daqui para frente, o clube precisa seguir no propósito: manter seriedade e sinergia na gestão. Envolver cada vez mais apoiadores e fortalecer o ciclo virtuoso em formação. É uma atmosfera favorável e prazerosa da qual mais pessoas desejam fazer parte.
Os atuais 150 sócios devem multiplicar-se, várias vezes. Não basta subir, é preciso subir com estofo para se manter no alto. Eis o caminho sustentável.
Um time de futebol profissional é importante por inúmeras razões. Mostra poder de aglutinação e espírito empreendedor de uma região, como é a do Vale do Taquari. Aliás, a região esteve lá. Cada cidade tinha ao menos um torcedor, por que o Lajeadense não é de Lajeado, ele é do Vale do Taquari.
O sentimento nunca acaba. Um novo ciclo começou!
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