Qualificar a cadeia produtiva da erva-mate e consolidar a região alta do Vale neste setor são alguns dos propósitos de grupo técnico. Em atividade com diferentes organizações na tarde de ontem, em Ilópolis, um dos objetivos foi encaminhar a indicação geográfica para atestar a qualidade do produto local.
Esse reconhecimento passa por uma série de estudos e trabalhos, entre os quais inclui a comprovação da influência do meio geográfico nas características do produto e delimitação da área. A iniciativa conta com apoio do Sebrae, Emater/RS-Ascar, governo do estado, municípios e entidades regionais.
De acordo com o presidente da associação que representa os produtores, Clóvis Roman, a busca pela certificação vai ao encontro da profissionalização da cadeia produtiva e a diversificação. “Precisamos difundir esse trabalho na comunidade, pois apesar da segurança na atividade por conta da cultura do chimarrão não podemos depender de apenas um produto.”
Roman alerta para a necessidade de parceria com as secretarias municipais e diferentes organizações para pensar novas soluções à erva-mate cultivada no alto do Vale do Taquari.
Em março, uma comitiva foi conhecer em Minas Gerais os processos na industrialização do café e chá. “Não temos como vender a cultura do chimarrão, mas podemos vender outros produtos com base na nossa matéria-prima.”
A partir desse estudo, também será analisada a genética das plantas para encontrar quais os fatores responsáveis pelas mais de 150 características benéficas da erva-mate. Neste aspecto, além do fator cultural o selo deve agregar valor aos produtos industrializados na região.
A próxima etapa do grupo técnico inclui a elaboração do projeto que será encaminhado ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Com esta documentação o objetivo é comprovar o diferencial da erva-mate produzida na região.
Polo ervateiro
Dados do sindicato dos produtores indicam que a microrregião alta do Vale é responsável por 60% da produção estadual. São pelo menos 23,1 mil hectares cultivados e 35 ervateiras.
A atividade em 2020 movimentou mais de R$ 120 milhões na região. Entre as cidades que se destacam está Ilópolis, com mais de 700 propriedades destinadas ao cultivo.
No RS, a produção está concentrada em cinco grandes regiões e alcança em torno de 280 mil toneladas de folha ao ano, em área de 31 mil hectares.
Conforme o Sindicato da Indústria do Mate (Sindimate/RS), há pelo menos 14 mil propriedades e 250 indústrias ligadas ao setor.
Valor gerado na região
- Arvorezinha – R$ 58,3 milhões
- Ilópolis – R$ 31 milhões
- Anta Gorda – R$ 25,4 milhões
- Putinga – R$ 10,6 milhões
- Mato Leitão – R$ 623 mil
- Doutor Ricardo – R$ 655 mil
- Capitão – R$ 332 mil
- Roca Sales – R$ 302 mil
- Relvado – R$ 252 mil
- Vespasiano Corrêa – R$ 285 mil
- Dois Lajeados – R$ 210 mil
- Boqueirão do Leão – R$ 88 mil
- Muçum – R$ 85 mil
- Coqueiro Baixo – R$ 55 mil
- Sério – R$ 52 mil
- Encantado – R$ 52 mil
- Nova Bréscia – R$ 33 mil
- Santa Clara do Sul – R$ 28 mil
- Marques de Souza – R$ 18 mil
- Progresso – R$ 14 mil
- Cruzeiro do Sul – R$ 12 mil
- Canudos do Vale – R$ 7 mil
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