Setor da erva-mate busca profissionalização

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Setor da erva-mate busca profissionalização

Região prepara projeto para requerer selo de qualidade. Reconhecimento deve agregar valor à produção local e incentivar novos produtos a partir da folha verde

Setor da erva-mate busca profissionalização
Microrregião alta é responsável por 60% da produção gaúcha de erva-mate. Setor faturou R$ 120 milhões em 2020. Crédito: Divulgação
Ilópolis

Qualificar a cadeia produtiva da erva-mate e consolidar a região alta do Vale neste setor são alguns dos propósitos de grupo técnico. Em atividade com diferentes organizações na tarde de ontem, em Ilópolis, um dos objetivos foi encaminhar a indicação geográfica para atestar a qualidade do produto local.

Esse reconhecimento passa por uma série de estudos e trabalhos, entre os quais inclui a comprovação da influência do meio geográfico nas características do produto e delimitação da área. A iniciativa conta com apoio do Sebrae, Emater/RS-Ascar, governo do estado, municípios e entidades regionais.

Líderes do setor ervateiro se reuniram ontem em Ilópolis para alinhar estratégia. Crédito: Divulgação

De acordo com o presidente da associação que representa os produtores, Clóvis Roman, a busca pela certificação vai ao encontro da profissionalização da cadeia produtiva e a diversificação. “Precisamos difundir esse trabalho na comunidade, pois apesar da segurança na atividade por conta da cultura do chimarrão não podemos depender de apenas um produto.”

Roman alerta para a necessidade de parceria com as secretarias municipais e diferentes organizações para pensar novas soluções à erva-mate cultivada no alto do Vale do Taquari.

Em março, uma comitiva foi conhecer em Minas Gerais os processos na industrialização do café e chá. “Não temos como vender a cultura do chimarrão, mas podemos vender outros produtos com base na nossa matéria-prima.”

A partir desse estudo, também será analisada a genética das plantas para encontrar quais os fatores responsáveis pelas mais de 150 características benéficas da erva-mate. Neste aspecto, além do fator cultural o selo deve agregar valor aos produtos industrializados na região.

A próxima etapa do grupo técnico inclui a elaboração do projeto que será encaminhado ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Com esta documentação o objetivo é comprovar o diferencial da erva-mate produzida na região.

Polo ervateiro

Dados do sindicato dos produtores indicam que a microrregião alta do Vale é responsável por 60% da produção estadual. São pelo menos 23,1 mil hectares cultivados e 35 ervateiras.

A atividade em 2020 movimentou mais de R$ 120 milhões na região. Entre as cidades que se destacam está Ilópolis, com mais de 700 propriedades destinadas ao cultivo.

No RS, a produção está concentrada em cinco grandes regiões e alcança em torno de 280 mil toneladas de folha ao ano, em área de 31 mil hectares.

Conforme o Sindicato da Indústria do Mate (Sindimate/RS), há pelo menos 14 mil propriedades e 250 indústrias ligadas ao setor.

Valor gerado na região

  • Arvorezinha – R$ 58,3 milhões
  • Ilópolis – R$ 31 milhões
  • Anta Gorda – R$ 25,4 milhões
  • Putinga – R$ 10,6 milhões
  • Mato Leitão – R$ 623 mil
  • Doutor Ricardo – R$ 655 mil
  • Capitão – R$ 332 mil
  • Roca Sales – R$ 302 mil
  • Relvado – R$ 252 mil
  • Vespasiano Corrêa – R$ 285 mil
  • Dois Lajeados – R$ 210 mil
  • Boqueirão do Leão – R$ 88 mil
  • Muçum – R$ 85 mil
  • Coqueiro Baixo – R$ 55 mil
  • Sério – R$ 52 mil
  • Encantado – R$ 52 mil
  • Nova Bréscia – R$ 33 mil
  • Santa Clara do Sul – R$ 28 mil
  • Marques de Souza – R$ 18 mil
  • Progresso – R$ 14 mil
  • Cruzeiro do Sul – R$ 12 mil
  • Canudos do Vale – R$ 7 mil

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