“Run More é a nossa tradução em termos de propósito”

O Meu Negócio

“Run More é a nossa tradução em termos de propósito”

Consolidada no ramo de vestuário feminino, empresa reposicionou marca no começo do ano. Trajetória do negócio foi destacada por um dos fundadores, Alexandre Dullius, no programa O Meu Negócio desta semana

“Run More é a nossa tradução em termos de propósito”
Dullius foi o convidado da edição desta semana de “O Meu Negócio”. Crédito: Mateus Souza
Lajeado

Ele começou a trabalhar aos 13 anos. Com 17, teve a primeira oportunidade de empreender. Deu um necessário passo para trás e virou representante comercial. Até que, em 1996, decidiu, ao lado da esposa Lia, fundar a própria empresa num quarto de apartamento, em Lajeado. Alexandre Dullius é uma das mentes por trás do sucesso da Run More, antiga Rolamoça.

Em mais de 20 anos no mercado, a Run More virou referência no ramo do vestuário feminino, sobretudo na moda esportiva. Hoje, conta com uma moderna sede em Estrela, às margens da BR-386. Este crescimento e consolidação foram tema de entrevista na edição desta semana de “O Meu Negócio”, programa multiplataforma do Grupo A Hora apresentado por Rogério Wink.

Nascido em Cruzeiro do Sul, em Picada Augusta, Dullius morou até os dez anos no interior. Depois, a família se mudou para Lajeado. “Nossos pais queriam nos dar mais oportunidades. Morávamos a 15 quilômetros da cidade. Na época, era uma distância grande. O bairro São Cristóvão ainda era o Pirahy”.

Dullius não estudou além do ensino médio, pois teve que entrar cedo no mundo do trabalho. Mas garantiu a formação “da vida”, das experiências do dia a dia. “Não tenho formação superior, mas o restante sim. E trabalho, honestidade, são coisas que não tem dinheiro ou estudo que pague”.

Desde os 15 anos, Dullius atua no ramo da confecção. Começou na Casa Americana, onde varria calçadas e abria vitrines. Teve um grande aprendizado em um dos comércios mais antigos da cidade, antes de encarar o primeiro “voo solo”. Abriu uma sociedade com 17 anos, mas deixou o negócio pouco depois para trabalhar como representante comercial.

A partir da experiência obtida no ramo, surgiu a ideia de projetar a empresa com a esposa. “A Run More é um misto de acertos e erros cometidos no passado. Eu e a Lia tínhamos isso muito claro. Por isso trabalhamos fortemente. Felizmente, construímos empresa sólida, com recursos, boas referências e muito trabalho.

“Entendemos que a marca chegou no limite e precisava de uma atualização”

Rogério Wink: Você é um homem de vendas. O que a pastinha debaixo do braço te trouxe?

Alexandre Dullius: Relacionamento. Amizade. Me orgulho muito de alguns clientes, de relações construídas no tempo em que era representante comercial.

Wink: Como é trabalhar em família?

Dullius: Como não é trabalhar em família (risos)? Eu e a Lia trabalhamos juntos desde 1993, respeitando o conhecimento de cada um. Eu era das vendas, depois fui para dentro da indústria. Agora temos a Ana junto com a gente, há uns 7 anos. Gosto muito de trabalhar em família.

Wink: Qual atividade na tua empresa que dá mais te dá prazer?

Dullius: O comercial. O contato com o cliente. Ver o cliente ir até nossa loja e depois voltar, ou postar fotos nos dá muita satisfação. Acompanhamos muito isso. Se ele posta espontâneamente é porque significa que gosta e se sente bem. O relacionamento se estende por tanto tempo quando é algo prazeroso.

Wink: Você tem alguma inspiração?

Dulllius: Há vários exemplos bons na região. Em 2004, fiz um curso com o saudoso Mário Piacini, da Calçados Andreza. Numa conversa, perguntavam como ele chegou até ali. E respondia: “me cercando de pessoas melhores”. Posso citar também o Adelino Colombo, a Tramontina, as histórias do seu Nestor Heineck, da Docile. E o Mário Antonio Betti, da Casa Americana, uma grande inspiração.

Wink: Como foi a fase inicial de estruturação da empresa?

Dullius: Lá no início, eu era representante comercial de multimarcas, de pronta entrega. Viajei para empresas menores e batia de porta em porta. Digo para meus representantes sempre: se eu tivesse a Run More naquela época, não seria dono dela hoje. Fui atrás porque precisava de algo, ter produto para vender 12 meses por ano. Então comprei um primeiro rolo, experimentei, fazia oficinas menores. Esse sistema nos fez trabalhar com produtos de qualidade. Isso é uma marca nossa desde o início.

Wink: E o que o lojista te pedia?

Dullius: Eles nos deram o rumo de hoje. Começamos a trabalhar com moda casual. E como funcionava isso em 1998? Através de revistas, novelas, além dos pedidos de lojistas e as idas da Lia para São Paulo, onde comprava tecidos e trazia o que tinha de novidade. E uma das solicitações eram calças de suplex, isso em março de 2001. Tínhamos que optar entre uma linha e outra. E fomos felizes na escolha. A opção acertada nos trouxe até aqui.

Wink: Como foi a ida para Estrela, na área onde estão hoje?

Dullius: Foi um desafio. Antes, estávamos no Alto do Parque, em Lajeado, e depois fomos para o lado da padaria Suíça. Em 2004, o então candidato a prefeito de Estrela, Celso Brönstrup, nos convidou para se instalar no município. Aí ele se elegeu, nos ofereceu umas áreas e começamos a analisar. A BR-386 é um marketing excepcional. Conseguimos viabilizar aquele local. Eu e a Lia sempre sonhamos em ter uma empresa linda, com jardins. E fomos para lá em 2007, com compromissos, números e crescimentos.

Wink: Nos explica como foi a mudança de identidade e nome?

Dullius: Entendemos que a marca chegou no limite, em termos do que poderia te entregar. Precisávamos de uma atualização. Somos sensíveis e flexíveis às mudanças. Com a pandemia, as pessoas estão mais abertas ao novo. Trocamos o símbolo, e veio uma marca nova, bem feita e leve. O consumidor entendeu. Isso nos deu coragem também para criar o nome novo, pois está no nosso DNA se renovar. A Run More é nossa tradução em termos de propósito.

Wink: E como é o envolvimento da empresa com a sustentabilidade?

Dullius: Começamos a pensar nisso em 2012. Nos propomos a fazer coisas, como produzir energia solar. Colocamos placas solares na empresa. Também produzimos o gás da nossa cozinha, onde temos refeitório próprio. Temos dois biodigestores. Fomos a primeira indústria do Brasil a instalar uma dessas. Trabalhamos questões ambientais muito fortemente, e isso vai nos levar à ISO 14001.


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