A fábrica de laticínios da Languiru sediou o workshop Negócios em Pauta de junho. Transmitido em formato Live pelo Facebook do Grupo A Hora, o debate abordou as transformações provocadas pela tecnologia no agronegócio, com ênfase nas oportunidades abertas no campo.
Participaram do painel o associado da Languiru, Fábio Luiz Secchi, a supervisora de pesquisa e desenvolvimento da cooperativa, Patrícia Engster, e o sócio-fundador da Startup Campear, Esequiel Ransolin. Produtor de aves e leite, Secchi destaca o salto de rentabilidade das propriedades que investiram em métodos científicos para ampliar a produtividade e elevar os lucros.
Cita a própria história como exemplo da disrupção provocada pelo salto tecnológico no campo. De família rural, trabalhou e viveu na cidade até perceber as oportunidades que surgiam no agronegócio. “Se não houvesse a transformação do campo, eu não teria voltado.”
Segundo Secchi, uma propriedade dos anos 1990 não conseguiria alcançar volume de produção suficiente para se sustentar. “Produtores que trabalham da forma antiga têm muita dificuldade em se viabilizar enquanto negócio.”
Em 2013, Secchi e a esposa iniciaram os trabalhos na propriedade em Linha Catarina, interior de Teutônia, com apenas dez vacas. Em nove anos, alcançaram um faturamento superior a R$ 1 milhão por ano. “Hoje a vida no campo é muito interessante. Desfrutamos de qualidade de vida, com condição de fazer negócios e plena possibilidade de crescimento.”
Compreensão das necessidades
Esequiel Ransolin falou sobre a trajetória da Campear, e-commerce que figura na lista da Revista Forbes como uma das principais startups do Brasil voltada para o agronegócio. A empresa nasce da experiência de 21 anos de Ransolin como representante de uma empresa de nutrição animal. O trabalho cotidiano no campo o fez perceber desafios do interior que não foram resolvidos.
“Sempre que visitava uma propriedade, os agricultores perguntavam se eu sabia quem tem feno para vender, quem tem um trator usado ou precisa de silagem”, lembra. Segundo ele, o círculo de relacionamento de um produtor está limitado aos arredores das propriedades, e não havia um e-commerce orientado a essa realidade.
“Os maiores market places foram criados para resolver problemas de pessoas da cidade. Não falam a língua do produtor”, reforça. A Campear nasce com a proposta de ser um espaço digital exclusivo para produtores e fornecedoras do agronegócio comercializarem seus produtos.
Com conhecimento sobre a realidade do campo, Ransolin procurou parceiros que agregassem o conhecimento tecnológico para a criação da plataforma. A empresa se tornou a primeira marketplace híbrida do Brasil, com representantes que visitam propriedades, revendas e indústrias, e ajudam o usuário a utilizar a plataforma presencialmente.
Ciência aplicada no leite
Cada caixa de leite encontrada nas prateleiras dos supermercados carrega consigo a aplicação de diferentes processos tecnológicos. Conforme Patrícia Engster, a tecnologia não se resume a robôs e maquinários, fazendo parte de todos os elos da cadeia produtiva.
“Provendo tecnologia para o campo, conseguimos trabalhar com matérias-primas de alta qualidade para a indústria”, relata. Além de agregar valor e qualidade, a tecnologia embarcada provém rastreabilidade aos produtos e segurança aos consumidores.
Conforme Secchi, nas propriedades associadas da Languiru, todo alimento produzido passa por análise dos teores nutricionais. “Os animais passam por exames genéticos para ver a melhor forma de montarmos o plantel e os nutricionistas estipulam a dieta ideal para cada um.”
Segundo Patrícia, a tecnologia aplicada no campo se une a uma indústria altamente sofisticada, capaz de agregar valor aos produtos do agro e alcançar níveis internacionais de qualidade. “Tudo isso só é possível graças ao produtor, que é o grande responsável por levarmos comida para milhões de brasileiros e até para fora do país.”

Fábio Luiz Secch, associado da Languiru, Patrícia Engster, supervisora de PeD da cooperativa e Esequeil Sansolin, sócio-fundador da Startup Campear
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