De uma receita caseira de amaciante a uma das maiores empresas do setor

O Meu Negócio

De uma receita caseira de amaciante a uma das maiores empresas do setor

Com 31 anos de atuação no ramo da limpeza doméstica, Girando Sol se consolida como uma das marcas mais conhecidas do Vale. Trajetória foi destacada por diretor da empresa em entrevista ao programa O Meu Negócio, desta semana

De uma receita caseira de amaciante a uma das maiores empresas do setor
Bourscheid lembrou das origens e do aprendizado obtido para estruturação do empreendimento em Arroio do Meio (Foto: Marcelo Grisa)
Lajeado

Em três décadas, a Girando Sol teve uma rápida ascensão, expandiu sua atuação e ultrapassou fronteiras. Com sede em Arroio do Meio, alcançou mercados fora do Estado e também consolidou a marca em outros países.

A trajetória da empresa, que hoje conta com um mix de mais de 140 itens de limpeza doméstica, foi destacada em “O Meu Negócio”, programa multiplataforma do Grupo A Hora. Na ocasião, o diretor Gilmar Bourscheid conversou com Rogério Wink e relembrou os passos iniciais da Girando Sol, além das primeiras experiências profissionais.

Embora os pais sejam naturais de Arroio do Meio, Bourscheid nasceu em São Carlos, no oeste de Santa Catarina. Foi um período onde a família tentou a vida fora do Estado. “Ele tinha um espírito aventureiro. Comprou um pedaço de terra e foram de mala e cuia. O pai estava sempre numa luta constante, de querer algo melhor para nós”, recorda.

Quando retornaram ao RS, o pai de Bourscheid atuou nas obras do Porto de Estrela. Por ser fluente em alemão, fazia também a interlocução com pessoas que vinham de fora para ajudar no processo. “Além de ser mestre de obras, também tinha esse papel”. Já Gilmar teve suas primeiras experiências profissionais na roça.

“Depois da obra do Porto de Estrela, decidiram retornar às origens. E eu ajudava a capinar, lavrar. Minha vida de trabalho começou no interior. E sempre com dificuldades, desafios diários. Estudava também no colégio Moinhos, fiz até a quarta série”, pontua.

DICA DE LEITURA

Toda semana, Rogério Wink apresenta uma sugestão de leitura aos ouvintes e internautas. Nesta semana, a dica é “Como Transformar Seu Talento Em Um Negócio de Sucesso”, escrita por Silvina Ramal. Na obra, mostra como devemos cuidar melhor dos nossos pequenos empreendimentos. À época em que foi escrito, em 2001, empresas com menos de 20 funcionários eram responsáveis por metade dos empregos gerados no país.

ENTREVISTA | Gilmar Bourscheid, diretor da Girando Sol

“Temos que conviver com a tecnologia e aprender todos os dias”

Rogério Wink: Quais são as origens da família Bourscheid?
Gilmar Bourscheid: Nossa família é descendente de Luxemburgo (país europeu). E acredito que vieram os bons para cá. Se pensar em 1700, 1800, pegar uma família, embarcar num navio por acreditar em um sonho maior, com certeza são pessoas de autoestima elevada. E esse espírito aventureiro sempre esteve presente.

Wink: Você sempre trabalhou com os irmãos, entre eles o César (in memorian), que era seu braço direito. Como era a relação com ele?
Bourscheid: Eu comecei a trabalhar em 11 de fevereiro de 1981, quando ingressei em uma indústria. E, literalmente, me apaixonei. Depois trouxe o César. Sempre atuamos juntos, nos mesmos setores. Fazíamos as mesmas coisas. Tínhamos um elo muito além de irmãos. O Marcelino (irmãos mais velho) sempre viajava e o Fábio (mais novo) era menor. O César era o mais próximo. Tínhamos confiança um no outro.

Wink: De onde veio o nome e como surgiu a marca Girando Sol?
Bourscheid: A marca é que nem o nosso nome. Mas ele não passa a ser nada se a essência não for de algo favorável. Esse é o princípio que sempre me norteou. Um nome forte é você quem cria. Tua conduta, movimentos, disciplina. Foi dessa forma que construímos. Antes era para ser Girassol, mas existia uma marca de azeite à época. Eu não tinha muito conhecimento sobre patentes, mas tinha noção de que não poderiam haver duas com o mesmo nome. Então queria algo com a palavra “sol”.

Wink: Como foi o processo para estabelecer a linha de produtos?
Bourscheid: Em 1991, quando abrimos a empresa, tínhamos uma fórmula caseira e lançamos no mercado, daquele jeito simplório. Caímos na graça do consumidor e o produto foi aceito. À medida em que os anos passaram, profissionalizamos cada vez mais a formulação.

Wink: Qual foi a grande virada de chave dentro da Girando Sol?
Bourscheid: Nós temos uma equipe altamente qualificada na empresa, que periodicamente fazem cursos, e testam novas matérias-primas. O multiuso, que foi lançado agora, trabalhamos há quase dois anos nele. São diversos processos. Tudo pensando no consumidor e no nosso varejo, de quem compra e vende. Temos um painel de consumidores, onde se enquadram várias classes sociais e segmentos. A empresa é bem estruturada, mas foi bem complexo e trabalhoso chegar neste patamar. Sempre atuamos com muito planejamento.

Wink: Qual a importância dos eventos de vendas no negócio?
Bourscheid: É o momento em que o dono do negócio recebe o cliente “em casa”. Tudo o que acontece ali é para ele. Assim são essas feiras. Quem participa desses eventos, tem que preparar a casa sabendo que vai receber uma visita. E nós sempre gostamos de receber bem as pessoas, de deixar uma boa impressão e ser receptivo.

Wink: Como a inovação é tratada na Girando Sol?
Bourscheid: Temos uma equipe que cuida disso. Participam de cursos e treinamentos, ajudam no desenvolvimento de novos formatos de venda. O e-commerce exigiu muitos profissionais na área, que até hoje estão trabalhando. E a tecnologia será o nosso futuro. Vou entrar em casa com senha, ligar o fogão com senha, aumentar a temperatura do aquecedor com o celular. Temos que conviver com isso e aprender todos os dias.

Wink: Quais são os desafios da empresa daqui para frente?
Bourscheid: É cuidar bem dessa equipe maravilhosa. Isso é o fator primordial para o sucesso de qualquer negócio. Posso ter a melhor máquina que quiser, que trabalha sozinha, mas preciso de um bom profissional junto. Alguém vai ter que regular ela. E o papel de um líder é cuidar das pessoas. Pois somos vulneráveis, temos altos e baixos. Um dia podemos acordar bem, no outro nem tanto.


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