Se alguém ainda tem alguma dúvida dos impactos do que acontece no planeta em nossas vidas, quero aqui salientar que não as tenha. Cada vez mais percebemos questões que ocorrem em outros países influenciando nossos negócios e nossas vidas e aquilo que fizemos em nossas vidas e negócios influenciando a todos.
Exemplos disso estão nas temáticas discutidas no Fórum Econômico Mundial. Tal fórum é uma organização sem fins lucrativos, mas que é mais conhecida por um evento que acontece desde 1971, em Davos (Suíça), e objetiva debater as principais questões sócio-políticas, econômicas e ambientais mundiais. Reúne representantes do setor público, setor privado e terceiro setor e busca ser propositivo para as principais questões que afetam a sociedade mundial.
Neste ano o evento ocorreu na semana de 22 a 26/05, com a proposição de discutir nove eixos temáticos: clima e natureza; economias mais justas; tecnologia e inovação; formas de trabalho e habilidades profissionais; negócios com propósito; saúde e bem estar; cooperação mundial; e sociedade e equidade.
Ao final do evento, muitos discursos foram feitos, muitos artigos apresentados, várias propostas discutidas e poucos compromissos concretos foram determinados. A guerra na Ucrânia foi tema central, desde a perspectiva do conflito propriamente dito e a população envolvida e os já estimados custos de reconstrução, até as preocupações com o fornecimento de alimentos, os preços dos combustíveis e as pressões do conflito na Europa como um todo. Agora, em se tratando de todas as temáticas envolvidas, quero aqui salientar algumas contradições salientes e que realmente exigem que façamos debates e discussões estratégicas de longo prazo, mas que indicam alguns aspectos nos quais já passamos do prazo para sermos mais efetivos e agirmos concretamente.
Exemplificando o que trago aqui, na temática do clima e natureza: não há mais dúvidas das secas, das enchentes, das enxurradas, das ventanias, dos calores e frios extremos que estamos vivendo. É só olharmos para o que acontece no Rio de Janeiro, na Bahia, no Recife ou no Vale do Taquari. Assim, já passamos do prazo de discutir e o ambiente exige de nós o agir.
Outros dois temas citados, o da economia mais justa e da sociedade e equidade: existe a clara percepção da necessidade de queda das desigualdades sociais mundo afora e a contradição dos dados que comprovam que as desigualdades aumentaram e que a pandemia gerou um contingente de bilionários por um lado e aumentou o contingente de população pobre de outro. Ainda, em debate estão as novas formas de trabalho e habilidades profissionais: muitos tratam estas como parte da quarta e até quinta revolução industrial, outros ainda vivem muito distantes e sem acesso a todos os ditos benefícios dos avanços nas relações de trabalho e renda.
Por fim, o tema da saúde e bem estar, que ficou mais claro do que em qualquer outro momento: a pandemia demonstrou a capacidade das inovações em saúde atenderem a sociedade mundial, mas atrelada a isso estão as enfermidades que existem há muito tempo, como o câncer, ou as novas necessidades associadas à saúde e bem estar, como o envelhecimento da população, as novas endemias/pandemias e as formas como estamos preparados para estas. Além desses, tantos outros temas salientes, discutidos no Fórum Econômico e que demonstram um querer público e privado, mas, mais do que isso, demonstram a necessidade de um fazer local e compromisso de todos com todos.
Acompanhe nossas redes sociais: WhatsApp/ Instagram / Facebook