“Sempre devemos ir atrás de novos ares. Não importa quantas vezes o façamos”

Abre Aspas

“Sempre devemos ir atrás de novos ares. Não importa quantas vezes o façamos”

Todos os dias milhares de brasileiros realizam movimentos migratórios. Encaram longas de estrada, pelos céus na intenção de preencher novas páginas de suas histórias. Passam a vivenciar culturas bastante distintas, seja no sotaque, nos costumes, na gastronomia ou no próprio clima. Atravessam o país de Leste e a Oeste, de Norte e a Sul, literalmente. Essa experiência marcante faz parte da trajetória da jovem Karina Avila, 26.

“Sempre devemos ir atrás de novos ares. Não importa quantas vezes o façamos”
Crédito: Arquivo Pessoal
Lajeado

O que a fez vir para Lajeado?
Encarei quase 4 mil quilômetros entre a minha terra natal, Rio Branco, no Acre, e Lajeado. Vim pra cá em busca de um recomeço, mas não estou sozinha. Uma parte da minha família está aqui, a outra lá no Norte. Passei uma temporada das minhas últimas férias no município e gostei demais da tranquilidade e da paz que essa cidade transmite. É algo muito diferente de uma capital. A recepção tem sido incrível, as pessoas são bastante acolhedoras. Além disso, tenho recebido bastante ajuda, e principalmente, conselhos valiosos. Como imaginei antes de vir, acredito que aprenderei muito por aqui nos próximos meses.

Como foi deixar a tua terra natal e iniciar uma nova vida em lugar tão distante?
Na verdade, não é a primeira vez que faço isso. Durante uma temporada, residi em Santa Maria durante o ano de 2014, então já pude experimentar do tão falado frio gaúcho. Mas ainda não me acostumei. Até por isso, conheço um pouco da música tradicionalista e sei cantar algumas letras. Bom, a saudade existe, mas acredito que sempre devemos ir atrás de novos ares, não importa quantas vezes o façamos. Se sentimos a necessidade de expandir, de seguir outros caminhos, respirar ares diferentes, devemos fazer isso.

O que você considera mais diferente entre os costumes acreanos e lajeadenses?
O que mais pesa para mim em toda essa mudança, com certeza, é a culinária. É tudo muito diferente. Sinto falta do tempero. A Região Norte tem uma culinária marcante e acredito que a maioria já sabe. A “Baixaria”, lá no Acre, é um exemplo. Apesar da origem do nome ter várias versões, é o prato típico do café da manhã com cuscuz, ovo frito, carne moída e cheiro verde. Tem ainda o Tacacá, feito também com o Jambu, erva na qual as folhas formigam os lábios e a língua. Quando falo em tempero, sempre penso nas comidas mais simples, mais tradicionais, aquelas que nos proporcionam a sensação de os sabores dançarem em nosso paladar.

Seja em Lajeado ou outro lugar, quais são os seus planos para o futuro?
Por mais que eu goste de cantar e as pessoas digam que tenho uma boa voz, encaro apenas como um passatempo mesmo. Busco um emprego, pretendo cursar administração e focar em um recente investimento. Desejo o retorno de todo o meu esforço e que eu aprenda mais e mais a cada dia, erros e acertos. Almejo sempre ser uma pessoa melhor, sábia e, sobretudo, feliz.


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