Reduzir o volume de lixo que vai para o aterro, separar o máximo de materiais recicláveis e gerar receita com a sobra para subsidiar o custo da gestão. Estes são os planos do município com a concessão do aterro sanitário à iniciativa privada.
O projeto foi apresentado à comunidade ontem (16), em audiência pública. A intenção é que a futura concessionária seja definida até dezembro.
Discutida há pelo menos cinco anos, a concessão do espaço localizado no bairro Conventos é tida pelo Executivo como a saída para reduzir os custos com a coleta e tratamento, que hoje beira os R$ 6 milhões por ano. Também projeta uma melhora significativa na parte ambiental, a partir da adoção de métodos tecnológicos para separação do lixo.
O engenheiro químico Antônio Mallmann, responsável pela elaboração do projeto, acredita que o município se tornará pioneiro no país em novas soluções para o aproveitamento de resíduos. “A ideia é colocar Lajeado em um outro patamar. Não podemos pensar numa solução que aumente o custo à sociedade”, frisa.
No processo, há diferentes tecnologias a serem utilizadas. A separação do lixo será feita de forma mais eficiente para não expor o catador à matéria orgânica. A lixo orgânico vai para a compostagem, onde é tirada a umidade e melhora a qualidade do resíduo, enquanto o lixo seco vai para uma separação manual.
“É um processo com várias etapas. Queremos separar o que tem valor agregado e separar o material que sobrou e transformá-lo em energia elétrica ou térmica. O lixo inerte vai acabar indo ao aterro. É inevitável que ainda se tenha isso”. Segundo o governo, a vida útil do aterro no atual modo de trabalho é de apenas sete meses.
Meio ambiente
O governo avalia também que a concessão do aterro e as execuções previstas diminuirão de forma significativa os impactos ao meio ambiente. “Comparado com o processo atual, os ganhos são grandes. E a sociedade também precisa ajudar, separar, condicionar o lixo de forma melhor. É um trabalho conjunto com a iniciativa privada, comenta Mallmann.
O secretário Luis Andre Benoitt também projeta melhorias no sistema. “Teremos uma disposição dos resíduos com melhor qualidade. Como não haverá mais o processo de enterrar lixo, a questão ambiental deve melhorar significativamente”, avalia.
Investimento
Hoje, o aterro sanitário de Lajeado recebe, em média, 65 toneladas de lixo ao dia. A maior parte é descartada na coleta tradicional, enquanto de 3% a 5% são reciclados, num trabalho feito pela Cooperativa de Recicladores do Vale do Taquari (Coorevat).
Estima-se que a empresa vencedora da licitação a ser aberta nos próximos dias invista R$ 10 milhões para melhorar o processo. A concessão terá prazo de dez anos, com possibilidade de renovação por igual período.
A intenção do Executivo é lançar o edital no prazo “mais rápido possível”, em até 30 dias. Antes, será enviado para avaliação do Tribunal de Contas do Estado (TCE).
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