Cenário agrava e Lajeado lidera casos de dengue no RS

SAÚDE

Cenário agrava e Lajeado lidera casos de dengue no RS

Com mais de 2,2 mil contágios em 2022, município ultrapassa Porto Alegre no ranking da doença no estado. Administração busca respostas ao surto, enquanto alinha estratégias de combate ao mosquito transmissor

Cenário agrava e Lajeado lidera casos de dengue no RS
Município tem o objetivo de manter as estratégias de combate ao mosquito transmissor durante o inverno (Foto: Divulgação)
Lajeado

O aumento dos registros de dengue em Lajeado leva a cidade ao primeiro lugar em números absolutos no Rio Grande do Sul. A contagem divulgada pela Secretaria Estadual da Saúde (SES) considera os casos confirmados em 2022. Ao todo, o município teve 2.206 pessoas contaminadas pelo vírus desde o início do ano.

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Os gestores avaliam que o surto resulta de um quadro novo na região. Em 2021, Lajeado teve 32 casos confirmados da doença, um número considerado baixo, diante do grande volume de diagnósticos em cidades próximas, como Bom Retiro do Sul e Santa Cruz do Sul – que tiveram 595 e 4.604 casos no ano passado, respectivamente.

O prefeito Marcelo Caumo acredita que o número de casos no estado é subnotificado, mas prefere focar nas iniciativas propostas pela administração, como o aumento da quantidade de agentes e a publicação do decreto que, entre outras medidas, amplia a atuação desses profissionais. “Concentramos nossos esforços em buscar soluções. Mais importante que os números, são as ações”, garante.

Por outro lado, o secretário da Saúde, Cláudio Klein, tenta buscar explicações para a proporção que a doença ganhou. Ao comparar os números de Lajeado com outros municípios, o titular da pasta também considera que, devido a algumas características semelhantes a um quadro gripal, a doença não tenha sido identificada nestas localidades.

No entanto, as reuniões com o Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) levantaram dúvidas sobre a ação do Aedes aegypti. “Acho que somos desconhecedores do processo. Temos que estudar mais, aprender melhor como o mosquito escolhe os espaços e os ambientes.”

Reflexos do tempo

A cheia do Rio Taquari na última semana surge como um aspecto que pode influenciar o comportamento da doença nos próximos dias. Na análise de Klein, o aumento de casos após um período maior de chuvas leva entre sete e 10 dias. A comparação é feita com outras regiões do Brasil, como Norte e Nordeste, onde se identifica um ciclo contínuo de surtos.

A chegada do frio se torna outra incógnita neste sentido. O secretário afirma que o Aedes aegypti segue em constante adaptação, após suas primeiras aparições no Vale do Taquari, em 2015. “Discutimos em equipe e não temos a convicção do comportamento ao longo das estações, na comparação com outros mosquitos”, explica.

Ações seguem no inverno

O município pretende manter a estratégia de combate ao mosquito durante todo o ano, para minimizar os riscos de um novo surto em 2023. O avanço da campanha passou a envolver as escolas no final de abril e tem o objetivo de alcançar de 80% a 90% das residências. “Vamos seguir com as campanhas durante o inverno, exatamente para eliminar os criadouros”, diz Klein.

O pensamento do secretário é não repetir o ano anterior, quando o município se considerou “poupado” pela doença. “Na nossa avaliação, fazíamos um bom trabalho de casa. Hoje dá para ver que o serviço não foi bem feito. Temos que, durante o inverno, fazer campanhas insistentes em locais que possam armazenar água parada, para que no ano que vem não se tenha a eclosão.”

Óbitos em análise

Pela primeira vez na história, Lajeado teve um óbito pela doença. A morte de um adolescente de 13 anos foi confirmada no dia 17 de abril e o diagnóstico divulgado nove dias depois.

Outros três óbitos seguem em análise pelo Laboratório Central do Estado (Lacen), sem perspectiva de retorno dos resultados.


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